18/05/2024

Fim do streaming? Paramount demite CEO por causa da crise financeira

Crise financeira do Paramount se agrava e chega aos altos escalões da companhia ao ponto do CEO precisar ser desligado.

A Paramount Global anunciou a demissão do CEO Bob Bakish, que ocupava o cargo desde 2016, com uma longa trajetória na empresa desde 1997. A decisão foi divulgada em um comunicado oficial à imprensa nesta segunda-feira, 29. Em vez de nomear um novo CEO, a empresa optou por abolir o cargo. Em seu lugar, um comitê composto por três executivos já estabelecidos no conglomerado de mídia assumirá a liderança da empresa.

Os membros desse comitê são George Cheeks, atual presidente e CEO da CBS; Chris McCarthy, presidente e CEO da Showtime, MTV Entertainment Studios e Paramount Media Networks; e Brian Robbins, presidente e CEO da Paramount Pictures e Nickelodeon. Este comitê tomará as decisões estratégicas para o futuro da empresa, assumindo as responsabilidades que antes eram do CEO.

Em 2016, Bob Bakish assumiu o cargo de CEO da Viacom, mantendo-se na posição quando a Viacom e a CBS Corporation se uniram em 2019 para criar a Paramount Global. Durante seu mandato, Bakish destacou-se como um defensor central do desenvolvimento e lançamento do Paramount+, o serviço de streaming da empresa.

No entanto, recentemente, Bakish anunciou sua saída do conselho de administração da Paramount. Esta decisão ocorre em meio a preocupações financeiras que surgiram na empresa. De acordo com os relatórios financeiros divulgados pela própria Paramount para seus acionistas, o serviço de streaming Paramount+ registrou um prejuízo significativo de S$ 1,6 bilhão (equivalente a R$ 8,2 bilhões na cotação atual) em 2023. Esse déficit resultou em medidas como o cancelamento de produções, incluindo o popular reality show “Rio Shore”.

Essa movimentação indica não apenas as mudanças na liderança da Paramount, mas também destaca os desafios enfrentados pela empresa em relação à rentabilidade de seu serviço de streaming e as consequências financeiras diretas dessas dificuldades, como a interrupção de projetos de produção.

As ações da companhia, que são negociadas na bolsa de valores dos Estados Unidos, enfrentaram uma queda significativa nos últimos tempos. Em um período de 12 meses, essas ações acumularam uma desvalorização de 52%, enquanto ao longo de três anos, o declínio foi ainda mais acentuado, totalizando 73%. Essa tendência negativa é um reflexo das dificuldades financeiras que a empresa enfrenta.

Um dos principais desafios financeiros enfrentados pela empresa é o alto endividamento. No balanço do ano passado, foi revelado que a empresa possui cerca de US$ 14 bilhões (equivalente a aproximadamente R$ 72 bilhões) em dívidas e empréstimos pendentes.

Para tentar solucionar essa crise financeira, a Paramount está sendo colocada à venda. O fundo de capital privado Apollo Global manifestou interesse em adquirir apenas as divisões de cinema e televisão da Paramount. Segundo informações do The Wall Street Journal, o Apollo Global teria oferecido US$ 11 bilhões para essa aquisição, porém a proposta foi recusada pela empresa.

O fundo apresentou uma segunda oferta no valor de US$ 26 bilhões pelo grupo em sua totalidade, porém, essa proposta também não foi aceita. Segundo informações do The New York Times, a Apollo está atualmente procurando o respaldo da Sony, uma empresa que já detém a Columbia Pictures, para uma aquisição completa. Esta aproximação da Sony tem sido bem vista pelos acionistas da Paramount.

No cenário brasileiro, a Paramount está em processo de tentativa de rescisão do contrato de transmissão dos jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana.

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