26/06/2024

Constelação de nanossatélites da Austrália solicita licença à Anatel

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) anunciou nesta quarta, dia 26, o início de uma consulta pública como parte do processo para liberar a licença de operação da constelação de nanossatélites da empresa australiana Myriota no Brasil.

Essa constelação de nanossatélites estará em órbita baixa e é projetada para oferecer serviços de IoT (Internet das Coisas). A proposta da Myriota é conectar bilhões de dispositivos espalhados pelo planeta, proporcionando uma cobertura ampla e eficiente. Além disso, essa tecnologia promete uma vantagem significativa: a redução do consumo de bateria dos dispositivos conectados na Terra, o que pode aumentar a duração e a eficiência dos aparelhos que utilizam IoT.

A sua rede de satélites em órbita baixa está localizada a apenas 600 quilômetros da superfície terrestre. Segundo informações da Anatel, a empresa planeja operar nas bandas de frequência entre 148 MHz e 150,05 MHz, e entre 399,9 MHz e 400,05 MHz para transmissão de dados para o satélite, e entre 137 MHz e 138 MHz, e entre 400,15 MHz e 401 MHz para receber dados do satélite. A empresa está solicitando uma concessão de 15 anos para explorar essas frequências.

Segundo a agência, o sistema de nanossatélites da Myriota está integrado ao serviço móvel por satélite nas faixas de VHF/UHF. Este sistema utiliza estações terrenas equipadas com antenas não direcionais.

O design do sistema permite a convivência entre diferentes sistemas móveis por satélite que operam nas mesmas faixas de frequência (conhecida como convivência co-canal), assegurando cobertura nas mesmas regiões.

As estações terrenas, ao utilizarem antenas não direcionais, não têm a capacidade de realizar o apontamento preciso para os satélites correspondentes às suas respectivas redes. Isso pode demandar a adoção de critérios operacionais específicos para garantir a eficiência e a qualidade do serviço.

Recentemente, a Anatel concedeu autorização à Echostar, operadora norte-americana que controla a Hughes no Brasil, para operar sua constelação de 28 satélites não geoestacionários no país pelos próximos cinco anos. A construção desta infraestrutura espacial teve início em 2023 e visa principalmente atender à demanda na Austrália. O projeto tem como objetivo fornecer serviços avançados de conexão direta entre satélites e dispositivos de Internet das Coisas (IoT) em terra.

A empresa utiliza o termo NTN, que é mais abrangente do que o conhecido D2D, que se refere à conexão direta entre satélites e smartphones. Uma característica fundamental do sistema da Echostar é sua capacidade de proporcionar conectividade bidirecional (para descida e subida de dados), compatível com o protocolo de rede LoRa.

Este protocolo é amplamente utilizado em dispositivos IoT que requerem baterias de longa duração. A partir deste empreendimento, a companhia pretende avaliar o desenvolvimento de sua própria constelação D2D para conectar dispositivos compatíveis com 5G. Além disso, está planejado fornecer serviços de conexão direta entre satélites e dispositivos IoT em solo.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários