O presidente da Oi, Francisco Valim, confirmou hoje emissão de R$ 1,1 bilhão em bônus no exterior, cujos detalhes foram antecipados semana passada pela Agência Estado. O fato de a companhia voltar a acessar o mercado externo não deve alterar a estrutura da dívida, na opinião de Valim.
“Para uma empresa do tamanho da Oi, que investe tanto capex e ainda dispõe de caixa, a nova emissão não vai mudar significativamente o perfil da dívida”, disse o executivo. Segundo ele, a relação dívida líquida sobre Ebitda, indicador de alavancagem, continuará abaixo de duas vezes, “o que é muito saudável”.
Hoje, a companhia opera TV por assinatura em algumas regiões com DTH (satélite). “A boa notícia é que sairemos com a oferta somente após a lei aprovada, num mercado de grande complexidade”, afirmou, comentando em seguida que a Oi contempla um cenário futuro de vídeo sob demanda, e por isso aposta em fibra ótica.
A previsão de investimento para este ano também segue inalterada, em R$ 5 bilhões, mesmo com novos serviços previstos, entre os quais TV por assinatura tão logo seja regulamentado o PLC 116. “A má notícia é que teremos de fazer o investimento em TV paga do zero”, disse Valim, sem revelar de quanto será o aporte no serviço, sinalizando apenas que deve ficar na casa do bilhão, para evolução da tecnologia rumo à fibra ótica.
Valim aproveitou para cutucar a concorrência: “Veja a Telefônica, que está há seis anos investindo em fibra ótica e tem só 30 mil clientes. É preciso gerar escala, chegar a centenas de milhares de clientes.” Ainda na seara de TV, a Oi deve anunciar “em breve” um produto com a Globosat.
Valim preferiu não entrar em detalhes. No serviço móvel, a operadora vislumbra maior acesso de aparelhos tablet e smartphones, mas o modelo de negócio ainda não está fechado, se terá subsídios ou não.