Seis meses depois de indicado, circulam rumores em Brasília que o novo presidente da Telebras, Caio Bonilha, estaria com o cargo a perigo. O pano de fundo seria um fantasma que ronda o projeto do satélite geoestacionário, operação tocada pela estatal: O interesse da Oi em participar do negócio.
Aparentemente, o fantasma começou a se materializar. Por indicação do Ministério das Comunicações, a gestão do projeto na Telebras já passou a ser feita por uma funcionária oriunda da AG Telecom, do grupo Andrade Gutierrez, justamente a dona da Oi.
A costura da mudança avançou no início de outubro, quando o secretário de Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, indicou Milani Vieira Trannin, ex-diretora de tecnologia da AG Telecom, para a Telebras.
Com o projeto concluído – inclusive a negociação entre a estatal e a Embraer para a constituição de uma empresa a ser responsável pela transferência de tecnologia – Trannin assumiu a função de tocar a empreitada.
Como a Telebras não é favorável ao casamento com a Oi, a indicação alimentou os rumores de que o presidente da estatal, Caio Bonilha, indicado em junho deste ano, pode ser substituído.
Para os defensores do projeto do satélite geoestacionário, não faz sentido a participação de uma empresa privada no negócio uma vez que o objetivo declarado do governo seria, exatamente, manter o controle sobre essas comunicações.
O potencial substituto, que seria o próprio Martinhão, nega que existam tratativas a esse respeito. Procurado, Caio Bonilha evitou comentar alegando desconhecer eventuais mudanças. Ele assumiu o cargo após o Minicom demitir Rogério Santanna – o principal defensor do Plano Nacional de Banda Larga e da reestruturação da Telebras. Ele, por sinal, também alega que soube da demissão pela imprensa.
Coincidência ou não, um mês após a saída de Santanna da posição que na prática o colocava como gestor do PNBL, o ministério assinou um acordo com as operadoras para a oferta de banda larga “popular”. A ex-funcionária da AG Telecom, porém, pode não ser a única divergência recente entre Telebras e Minicom. Pelo menos três indicações do ministério para o cargo de diretor técnico da estatal foram preteridas. Vingou um nome escolhido pelo próprio Bonilha.
Entrada da Oi no projeto do satélite alimenta rumores de troca de comando na Telebras
Se inscrever
Login
0 Comentários
Mais antigo