O diretor de relações com os investidores da Oi, Alex Zornig, rechaçou a acusação de um grupo de minoritários da companhia que acusa os controladores da empresa e executivos de manipular o preço das empresas que formam o conglomerado de telecomunicações. Em entrevista à Teletime, Zornig classifica as alegações de parte dos acionistas da empresa, especialmente daqueles que detém ativos da Brasil Telecom (BRT), como uma maneira de atrapalhar o processo de simplificação acionária da companhia. “Estamos fazendo uma relação de troca a mercado e não de uma maneira subjetiva. Afinal, são eles quem operam o mercado e avaliaram essas ações, então se não acreditam no preço que eles colocaram quem vai acreditar?”, indaga.
Zornig diz ainda que deixar de simplificar a estrutura acionária da empresa é um erro que pode custar caro aos próprios acionistas. “Acredito que 90% dos nossos acionistas querem este processo e sabem que será bom para o grupo”, diz.
Ele também comenta que as queixas feitas por uma fatia dos minoritários da BRT já foram esclarecidas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “e eles entenderam que toda a forma como foi e está sendo conduzido o processo é adequada”. O executivo também garante que os controladores participarão da decisão final sobre a proposta. “Eles têm este direito e vão participar. Todos serão representados, inclusive os minoritários que tiveram os comitês montados”.
Entenda o caso
A configuração atual da empresa surgiu em 2008, com a união entre Telemar, Brasil Telecom e Telemar Norte Leste. E, desde 2009, o grupo tenta simplificar a estrutura acionária, que tem sete classes de papéis negociados em Bolsa, entre ações Preferenciais —que dão direito a preferência no pagamento de dividendos– e Ordinárias —que dão direito a voto nas decisões estratégicas. Nos últimos anos foram realizadas três tentativas de agrupamento das ações em uma única empresa, todas frustradas pelo fato de os minoritários terem medo seus ativos estarem subavaliados na relação de troca. Alex Zornig afirma que o fracasso destas tentativas é o fato de, nas ocasiões anteriores, os controladores terem decidido quais seriam os termos da troca. Esta quarta vez que a empresa busca a aprovação dos minoritários para ter apenas duas classes de ações em Bolsa “e a primeira vez que tentamos a mercado”.
Embora os termos de relação de troca, da proposta atual, sejam considerados melhores do que os feitos anteriormente: um ágio de 82% sobre o valor das ações cotadas em 22 de novembro, minoritários da BRT prometem atrapalhar a conclusão do negócio. Eles afirmam que suas ações estão subavaliadas e dizem temer por prejuízos na relação de troca. Entretanto, o diretor de relações com os investidores rebate as críticas dizendo que “eles tentam alegar uma série de coisas para prejudicar o processo que será bom para a empresa e para os demais acionistas, mas o fato é que a insatisfação é porque a Brasil Telecom é a empresa que vai receber os ativos das demais”. Neste caso, quem possui papéis da BRT não tem direito ao ‘prêmio’, caso resolva vender sair da empresa durante a operação. Neste caso, seus ativos seriam avaliados conforme o patrimônio da companhia e não pelo preço de mercado. “Mas quem ficar na empresa, após a simplificação, será beneficiado com o crescimento do grupo”, diz.
Segundo o diretor de relações com investidores da Oi, caso não haja novos empecilhos ao processo, a reestruturação acionária da Oi deve sair até fevereiro do próximo ano. A primeira assembleia sobre o assunto deve acontecer até o final deste ano.
Para diretor da Oi, críticas de parte dos minoritários são infundadas
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