O serviço de computação na nuvem da Oi para o mercado corporativo, o Oi Smart Cloud, anunciado em fevereiro desse ano, pode chegar ao final de abril com 58 clientes.
Esse é o número de empresas que hoje estão em fase de testes do pacote.
Relativamente distante do foco inicial – as médias e grandes empresas –, o serviço tem emplacado numa quarta categoria, as empresas “muito grandes”.
Sem citar nomes de clientes, Maurício Vergani, diretor da unidade de negócios corporativos da operadora, diz que os 58 pioneiros da oferta de cloud no Brasil incluem a área bancária e varejista – sendo mais de seis empresas no Sul.
“Foi algo que nos surpreendeu, num primeiro momento, mas que de certo modo é uma consequência de uma decisão que tomamos em relação à segurança”, diz Vergani.
A cereja no bolo de firewalls da Oi é um sistema de camadas que isola o data center de outras áreas da operadora, separa-o dentro da própria gerência do data center e ainda mantém as atividades de cada máquina virtual separada da outra.
É como se houvesse um grande armário, com divisórias internas, em que o que está numa área não se mistura com a outra.
“Assim, garantimos que se uma máquina virtual estiver sob ataque, as outras, na mesma máquina física, não serão atingidas”, explica o executivo.
De acordo com Vergani, a solução pode trazer uma economia entre 40% a 60% para quem adotar a cloud computing, em detrimento do armazenamento em data center próprio.
O indicador, no entanto, serve para quase qualquer serviço de cloud. O que mais a Oi tem de especial?
“Entramos com uma experiência própria de usuários da mesma infraestrutura oferecida, o know how da Portugal Telecom (participante do grupo desde o ano passado) e a possibilidade de combinar serviços de telecom e cloud”, diz Vergani.
Um dos data centers que operarão o serviço de cloud está em Brasília. Inaugurado em 2005, o local conta com 1,5 mil metros quadrados de área e 180 metros quadrados de sala cofre, e redundância em São Paulo.
Com a energia para alimentar uma cidade de 28 mil habitantes, o espaço possui um conjunto de geradores que mantêm as máquinas ativas por 15 horas sem abastecimento – o que nunca aconteceu, garante Vergani. “Se acontecer, o combustível chega aqui em duas horas”, assegura o diretor.
Em termos de certificação, o data center seria um “Tier três e meio”. Como esse grau não existe, disse Vergani, a empresa deve pleitear o Tier III, em breve, mas alguns aspectos já estão no nível acima.
Fora os dados de infraestrutura, outras informações, como a capacidade de clientes que o data center suporta, não foram reveladas.
Para iniciar o Smart Cloud, no entanto, a Oi investiu R$ 30 milhões, adquirindo novos equipamentos de diversos fornecedores – IBM, Datacom, Panduit, Juniper.
O grande trunfo, no entanto, foi ajeitar a casa: “otimizamos o uso que nós mesmos fizemos da estrutura, com o objetivo de liberar espaço. No final, tivemos espaço suficiente para uma oferta comercial”, completa.
Toda essa estratégia para entrar num mercado que, segundo dados da consultoria IDC, deverá movimentar R$ 1 bilhão até 2014, com penetração de 35% nas empresas até o ano que vem.
Até lá, a Oi terá serviços de colaboração (mensagens, vídeo, no segundo semestre), software na nuvem (início de 2013) e projetos na área de M2M, entre outros. Tudo com o que já tem em casa.
“Fazendo um uso mais criativo do que existe, conseguimos suportar o crescimento previso no mercado por mais três anos”, garante Vergani.