A utilização de aparelhos celulares como forma de pagamento começa a ganhar espaço no Brasil. Embora já esteja disponível no país, as operadoras de telefonia prometem colocar novos produtos no mercado para tentar popularizar o serviço.
A Oi vai lançar até o fim do ano um cartão de débito pré-pago com a possibilidade de pagamento móvel, uma das maiores apostas da companhia para conquistar os clientes de baixa renda que não possuem conta bancária. O serviço permitirá a transferência de valores entre duas pessoas, pagamento de contas ou recarga de aparelhos celulares através de mensagem de texto. A ideia é que seja utilizado para transações de bens e serviços de pequeno valor. “É um modelo de venda simples e similar ao do celular pré-pago, com o qual esses clientes já estão familiarizados”, diz Gabriel Ferreira, diretor de serviços e produtos da Oi, durante um evento sobre cartões realizado ontem em São Paulo.
Enquanto não lança um serviço semelhante, a Vivo planeja trazer ao Brasil a “carteira eletrônica”, sistema que vincula diversos cartões (de crédito e/ou de débito) ao celular. “O cliente poderá escolher, a cada transação, qual a melhor opção para ele, em vez de ficar vinculado a apenas um cartão”, afirmou Maurício Romão, diretor de produtos financeiros da Vivo. A companhia não informou quando o produto começa a ser oferecido no país.
O pagamento via celular pode ocorrer de várias maneiras. O aparelho pode funcionar como um cartão de débito para pequenas compras ou usar mensagens de texto para realizar uma operação.
Outra opção é que os celulares tragam um sistema de rádio que permite a troca de dados entre equipamentos a curta distância. Nesse caso, o usuário aproxima o aparelho a um leitor de dados para pagar sua conta ao sair da loja.
Regulamento
Enquanto as empresas ampliam seus investimento na tecnologia de pagamento móvel, o governo prepara um marco regulatório para o tema.
Na semana passada, um grupo de trabalho do Banco Central e do Ministério das Telecomunicações foi montado para discutir uma possível regulamentação para os meios de pagamento móvel.
Em 90 dias, a equipe deve entregar ao Ministério propostas que servirão de base para uma legislação sobre a forma de pagamento.
Segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, o estudo deverá discutir requisitos básicos para o serviço, como padrões de segurança e de interação entre os sistemas de diferentes bancos e operadoras.