Entrar na internet pelo celular ainda pode significar um fardo para os usuários. Assim como um elevador, que suporta um número limitado de pessoas, as antenas das operadoras atendem um número limitado de aparelhos. Quando há uma pessoa a mais, o elevador ameaça a cair ou, no caso da internet móvel, o serviço não é entregue — o usuário fica offline.
Uma das esperanças para que a rede fique descongestionada é o chamado HSPA+, um estágio superior da chamada tecnologia High Speed Packet Access (HSPA) ou tecnologia de 3ª geração (3G). Recém-adotada no Brasil, ela aumenta a capacidade de atendimento das redes das operadoras e proporciona um serviço mais veloz. Ao contrário do 3G normal, que oferece velocidade máxima de 1 megabit por segundo (Mbps), o HSPA+ pode apresentar entre 3 Mbps e 5 Mbps de velocidade.
As operadoras de telefonia brasileira que já trabalham com a tecnologia anunciam a novidade com nomes mais simples, para fugir do termo complicado. A Vivo usa o nome 3GPlus e a Claro, 3GMax.
Para o presidente da Associação dos Engenheiros de Telecomunicação, Ruy Bottesi, não se trata de um novo serviço, mas sim de uma melhora na qualidade dos serviços já prestados, um incremento na velocidade da comunicação móvel. “Não adianta ter uma tecnologia de ponta como o HSPA+ se não for feito um bom acompanhamento da evolução do tráfego”, diz. Ele lembra que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) permite que a operadora forneça até 20% da banda contratada.
Experimentar essa internet móvel mais veloz, no entanto, não é para qualquer um. É preciso que o aparelho suporte essa tecnologia. A Claro informa em seu site que os dispositivos aptos a funcionar com essa tecnologia são Motorola Razr, Samsung Galaxy Note, Samsung Galaxy S2, Motorola Atrix, tablet Samsung Galaxy Tab 8.9 e tablet Samsung Galaxy Tab 10.1. Já a Vivo informa oferecer suporte para Motorola Razr, Nokia Lumia 800, Samsung Galaxy Note e Samsung Galaxy SII. O Galaxy SIII, cujo lançamento está previsto para 11 de junho, também fará parte da lista.
Custo
Vivo e Claro estão usando estratégias diferentes na oferta da internet mais veloz. A Claro informa em seu site que, “promocionalmente”, o acesso à rede 3G HSPA+ não tem custo adicional. Isso significa que quem tem os aparelhos acima (e não é um cliente pré-pago) supostamente já navega na web com maior rapidez. Para ver os preços cobrados normalmente para os pacotes com internet na claro, clique aqui. Não há previsão de quando ou se essa internet mais veloz começa a ser cobrada, segundo a assessoria de imprensa da Claro.
Na Vivo, o HSPA+ está integrado ao pacote Smartphone Ilimitado 3G Plus. Os preços variam de R$ 99 (ligações locais ilimitadas de Vivo para Vivo, 60 minutos para outras operadoras e fixos e franquia de 500 MB para internet) a R$ 529 (ligações locais ilimitadas de Vivo para Vivo, 1.200 minutos de ligações para outras operadoras e fixos, torpedos ilimitados, roaming ilimitado e 2GB para internet).
Cobertura
Antes de pensar em já trocar o telefone celular para ter acesso à internet mais rápida, é aconselhável observar se as operadoras oferecem cobertura para HSPA+ na sua região, segundo Bottesi. A Claro diz atender todas as cidades onde já existe a cobertura 3G — hoje são 964 municípios. A Vivo informa o mesmo, mas diz alcançar mais de 2,8 mil municípios brasileiros.
O presidente da Teleco, Eduardo Tude, indica que o HSPA+ é um sinal de melhora na telefonia. Além da maior velocidade para os usuários com aparelhos que suportam a tecnologia, ela pode representar um descongestionamento da rede para os usuários da 3G normal, já que haveria uma migração do dono de um celular 3G para o 3GMax, por exemplo.
Para as operadoras, oferecê-lo também é simples, segundo Tude. “O problema é aguentar o tráfego, motivo que as faz estar atrasadas em relação a essa tecnologia”.
A Oi informa que, desde outubro de 2010, iniciou a ativação da tecnologia HSPA+ na cidade de São Paulo e em outras capitais brasileiras, com a perspectiva de ampliar a capacidade da rede. A TIM esclarece que tem a HSPA+ instalada em mais de 50% dos locais com antenas da capital paulista. Mas, em ambos os casos, o serviço ainda não é comercializado.
Vale lembrar que HSPA+ não é o mesmo que 4G. A tecnologia da 4ª geração, que nos Estados Unidos é oferecida pelas operadoras AT&T e Verizon com velocidade entre 6Mbps e 12Mbps, ainda não existe no Brasil. Mas o leilão para as faixas de frequência do 4G está marcado para 12 de junho.
Como já notificamos por aqui a Anatel confirmou que seis grupos entregaram suas propostas para o leilão: Claro, TIM, Vivo, Oi, Sky e Sunrise.
Se você já usa a internet HSPA+, conte para nós o que acha dela.
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