Nem bem as discussões sobre o leilão do 4G terminaram e a Agência Nacional de Telecomunicações já tem planos de oferecer novas frequências de banda larga móvel. Segundo Marcelo Bechara, membro do conselho da agência, os estudos para a disponibilidade da frequência de 3,5 GHz estão avançados e o governo deve aproveitar também para oferecer as sobras dos lotes de 2,5 GHz.
Há algumas semanas, o governo fez o leilão da chamada telefonia de 4G, que permite que os dispositivos móveis como telefones e tablets se conectem a velocidade até dez vezes superior ao 3G, tecnologia disponível hoje. Os principais vencedores do leilão foram as quatro maiores operadoras de telefonia do mercado: Claro, Vivo, TIM e Oi. As operadoras começarão a disponibilizar essa tecnologia para os consumidores em abril de 2013 nas cidades que receberão jogos da Copa das Confederações, competição de futebol que antecede a Copa do Mundo de 2014.
Marcelo Bechara não deu detalhes de como será o modelo do futuro leilão. “Agora que já saiu o filé mignom [as áreas de cobertura de maior interesse do 4G], dá para pensar em algo conjugado entre o 2,5 GHz e 3,5 GHz”, disse ele durante um Seminário, que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira (26). O governo chegou a esboçar uma licitação da frequencia 3,5 GHz há alguns anos. Essa faixa trabalha melhor em pequenas áreas, mas com sinal forte dentro de sua área. Porém, questionamentos judiciais e do Tribunal de Contas da União (TCU) fizeram o governo abandonar a ideia.
“Os preços da licitação anterior não servem como referência para o novo leilão”, afirma Bechara. Um dos usos que pode ser dado ao 3,5 GHz é na estruturação de hotspots, pontos-chave onde os celulares se conectariam por wi-fi, aliviando assim a carga do 3G e 4G, fator apontado pelas operadoras como responsável pela má qualidade do serviço em alguns locais e horários.
Bechara disse ainda que há grupos de estudos formados desde o começo deste ano analisando os usos que podem ser feitos da frequência de 700 MHz, ocupado atualmente pelo sinal de televisão. O governo promete que em 2016 esse espectro será desocupado, pois todas as emissoras já estarão com sinal digital. O conselheiro da Anatel, no entanto, disse que não seria surpresa uma prorrogação desse prazo.
A frequência de 700 MHz é usada em países como os Estados Unidos.