Paulo Bernardo chegou a cutucar a TIM ao dizer que ligações telefônicas de diretores de empresas de telefonia a autoridades do governo não vão resolver o problema
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, revelou nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação sobre o desfecho da decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de suspender a venda de linhas de telefonia celular e internet da TIM, Oi e Claro, em diversos estados.
Dilma teria falado qué é preciso achar uma saída para esta medida adotada, mas que, a seu ver, o episódio foi bem conduzido pela Anatel e tem de continuar assim. “Eu falei: ‘Presidenta, nós não vamos resolver isso em quinze dias, mas nós achamos que, no prazo de quinze dias, é possível ter um plano, ter compromissos públicos, que sinalizem para a solução desses problemas. E aí autorizamos a vender os chips, as novas linhas, condicionadas ao cumprimento desses compromissos”, relatou o ministro a jornalistas, na saída do encontro com a presidente, no Palácio da Alvorada.
Na semana passada, o site de VEJA apurou junto a duas autoridades (do governo federal e da Anatel) que outra preocupação também motivou a adoção de uma ação tão drástica: o risco real de um apagão no sistema de telecomunicações nos próximios meses.
Para o ministro das Comunicações, as empresas é que têm de ter pressa para apresentar todas as informações e dados à Anatel, e não o governo que precisa correr com a avaliação dos planos. Ele destacou ainda que as operadoras entraram juntas no processo, mas não necessariamente sairão juntas.
“Quem for mais rápido e apresentar compromissos e apresentar solução, vai ser liberado. Não quer dizer que nós temos que liberar todo mundo junto. Ou que uma vai ter que ficar esperando a outra para ter sua situação resolvida. Nós não vamos tratar todo mundo igual”, afirmou.
O ministro voltou a dizer nesta terça-feira também que ligações telefônicas de diretores de empresas de telefonia a autoridades do governo não vão resolver o problema criado após a Anatel suspender a comercialização de novas linhas das operadoras.
“Eles vão ter que conversar com os técnicos. Às vezes as pessoas pensam que elas vão resolver isso ligando para o ministro. Isso não vai resolver. Nós vamos resolver na negociação com os técnicos lá e com o compromisso de cumprir aquilo e vai ser acompanhado depois”, disse.
O ministro voltou a defender a medida tomada pela Anatel, anunciada na semana passada. Ele admitiu que a medida é muito forte e dura, mas inevitável. “Nós tínhamos um volume de reclamações muito grande e era preciso dar uma arrumada, um freio de arrumação no setor e por conta disso acho que a Anatel agiu corretamente”, afirmou.