O presidente da consutoria Teleco, Eduardo Tude, não vê um forte impacto da proibição de vendas nos resultados das companhias. No entanto, por mais que se esforcem, ela não vão conseguir evitar totalmente os estragos.
“A proibição não afeta diretamente a receita porque as empresas vão continuar prestando serviço para a suas bases”, disse.
“O mais difícil de mensurar são as perdas com as novas adições e o impacto negativo na imagem”, afirmou Serra, da Planner.
De acordo com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a suspensão das vendas deve durar o mínimo possível, sendo 15 dias um prazo razoável para sua resolução.
Os analistas do Citi acreditam em uma solução rápida. “Esse parece ser um fator de curto prazo”, disseram.
“Estimamos que uma suspensão de um mês impediria a TIM, a Oi e a Claro de obter 400 mil, 70 mil e 180 mil clientes, respectivamente. Esses números representam em média 57 por cento, 15 por cento e 32 por cento dos novos clientes obtidos pelas empresas em abril e maio, mas apenas 0,5 por cento, 0,1 por cento e 0,3 por cento da base de clientes das mesmas, respectivamente”, avaliaram.
Nessa linha, considerando a suspensão por um mês, Oi e Claro perderiam menos de 1 por cento dos novos usuários, com impacto limitado na receita e no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), calculam os analistas do Bank of America Merrill Lynch.
“Se considerarmos que a Vivo ganharia metade dos assinantes em potencial perdidos por TIM, Vivo e Oi, estimamos que estes assinantes adicionais contribuiriam para 1 por cento da receita consolidada da Vivo e 2 por cento do Ebitda”, disseram Mauricio Fernandes e Rodrigo Villanueva, em relatório.
Mas o episódio pode interromper uma trajetória de destaque da TIM, que teve um rápido crescimento da sua base nos últimos anos, ultrapassando a Claro em participação de mercado, ao mesmo tempo que manteve seus investimentos estáveis, planejando para 2012 a mesma quantia anunciada em 2011.
“Talvez agora as operadoras não devam crescer tanto a base em descompasso com investimentos”, disse Serra, analista da Planner.