As ações da Telecom Italia, que controla o capital da TIM Brasil, acumulam queda de 19% na bolsa de valores de Milão desde 18 de julho, quando a Anatel anunciou a decisão de suspender a venda de novos chips da TIM em 18 estados e no Distrito Federal. A queda, segundo a imprensa italiana, deve-se às incertezas relacionadas à operação brasileira da empresa. Na quinta-feira, um dia após a coletiva da Anatel, as ações da companhia tiveram sua negociação interrompida em Milão, quando a queda ultrapassou 8%.
A estratégia italiana desde o primeiro anúncio da Anatel, na semana passada, tem chamado a atenção. Ao contrário das demais operadoras afetadas (Oi e Claro), a TIM contestou a decisão da agência, primeiro por meio de comunicado e depois ao impetrar um mandado de segurança para impedir a suspensão das vendas. A Justiça negou o pedido, mas a Embaixada da Itália entrou em ação e enviou ofício ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e ao conselho da Anatel para dizer que está ‘acompanhando de perto’ as tratativas entre a TIM e o Palácio do Planalto. Na agência, o gesto foi interpretado como uma pressão desnecessária do país europeu.
Nesta terça-feira, o presidente mundial da empresa, Franco Barnabè, ligou para o Secretário-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para tratar o assunto. Questionado sobre a pressão italiana, o ministro Bernardo disse à imprensa que a comunicação é “normal”. “São nossos amigos, são servidores do governo italiano, representam o país aqui”, complementou, referindo-se aos integrantes do corpo diplomático italiano que acompanham o caso. Nesta quarta-feira o presidente da Telecom Italia está aqui no país para tratar do assunto.