Reportagem de publicação britânica lembra o apagão elétrico: “O cerco às teles guarda muitas semelhanças com o apagão: investimento muito baixo, negligência diante do aumento da demanda e um pobre quadro legal e regulatório”.
A suspensão de 11 dias à TIM, Oi e Claro, determinada pela Anatel, pode ter sido mais do que uma punição a empresas que prestam um mal serviço. Para a revista britânica The Economist, a interrupção das vendas de três das maiores operadoras em atividade no Brasil pode ser a antessala do “próximo apagão” do País.
“O cerco às teles guarda muitas semelhanças com o apagão: investimento muito baixo, negligência diante do aumento da demanda e um pobre quadro legal e regulatório. Como a sra. Rousseff deve se lembrar, o apagão provocou retração na economia brasileira, que ajudou o partido dela a chegar ao poder dois anos depois”, diz a publicação.
A revista cita um estudo do Banco Mundial segundo o qual um crescimento de dez pontos porcentuais na proporção da população com telefone celular aumenta o PIB em 0,8% ao ano. “Apesar de 87% dos brasileiros terem acesso a telefones celulares, de nada adianta se eles não conseguem usá-los”, diz a reportagem.
O artigo lembra que haverá uma demanda especialmente intensa na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, e destaca que a demanda por uso de conexão de banda larga na Olimpíada de Londres tem sido sete vezes maior do que a dos de Pequim, em 2008. O governo já fez leilão do espectro 4G, “mas os vencedores eram na sua maioria empresas que não deram conta do crescimento da demanda da conexão 3G”, diz a revista.