Em meio à crise com as operadoras, a Anatel aparece com um projeto paralelo que, pelo menos no papel, é uma boa notícia. A agência apresentou em audiência em Brasília, planos de revitalização dos orelhões brasileiros, incluindo o acréscimo de novos recursos, como internet.
A ideia é disponibilizar internet nos telefones públicos, que podem ser utilizados por smartphones, tablets ou qualquer aparelho que funcione com internet Wi-Fi. Além disso os orelhões também deverão ter GPS e listas telefônicas. Em entrevista, a conselheira da Anatel Emília Maria Silva Ribeiro Curi revela que o objetivo é ter mais de 900 mil pontos com acesso à internet no país.
Outro passo deverá ser a revitalização dos orelhões, constantes vítimas de vandalismo e falta de manutenção. Segundo Emília, o movimento deverá acontecer por meio de obras de arte ou ainda abrindo espaço para publicidade.
“Hoje em dia, usa-se menos os telefones públicos, mas ainda se usa. Não podemos esquecer que essa é a forma de comunicação mais barata que existe. Mas claro que, com a popularização do celular, deixou de ser prático usar um orelhão, principalmente pela falta de manutenção e pelo vandalismo constante”, diz a conselheira à revista.
No Rio de Janeiro a experiência já começou. A Oi, dona de aproximadamente 75% dos orelhões nacionais, tem sido a responsável pela implantação da tecnologia na capital carioca. A cobrança do sistema poderá ser feita por meio de senha e paga por cartões de crédito ou até mesmo moedas comuns. Esse modelo ainda está em estudo sob consulta pública.
Paralelamente à notícia da Anatel, na última semana as cabines telefônicas de Nova York passaram a oferecer Wi-Fi gratuitamente. O projeto já está funcionando em 13 orelhões, mas, daqui a dois anos, quando as companhias tiverem que renovar suas licitações pelos telefones públicos, o número deve aumentar.
No Brasil, quando começar a funcionar plenamente, o sistema só terá internet paga.