Governo daqui cobra 550 milhões de euros em impostos atrasados da TIM Celular e ações da empresa vão “ao chão”
A Telecom Itália sofreu com a decisão da Justiça brasileira contra a TIM Participações, que pode ter de pagar uma grande quantia em impostos atrasados no País. Às 7h08 de hoje, no horário de Brasília, as ações da companhia desciam 7.78%, para 0,73 euro, estavam entre as que mais caíram no índice FTSEurofirst 300.
Isso porque o braço local da Telecom foi condenado no Brasil a desembolsar 550 milhões de euros em tributos não pagos pela TIM Celular. A notícia foi divulgada no fim de semana pelos jornais Il Messagero e Il Sole 24 Ore, segundo os quais a italiana está recorrendo.
Além do baque na Europa, a Telecom também foi alvo do JP Morgan, que cortou em 0.5% a previsão para o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) neste ano. O banco cita “cenário econômico mais difícil” para justificar o ato.
A TIM
Em nota a companhia afirmou ser improvável ter que pagar supostos débitos tributários de mais de 1 bilhão de reais cobrados pela Receita Federal de Pernambuco, após notícias sobre o processo terem repercutido nas ações de sua controladora, a Telecom Italia.
Os jornais italianos Il Messagero e Il Sole 24 Ore publicaram no fim de semana que a Justiça brasileira decidiu contra a TIM em um caso de cobrança de impostos atrasados totalizando 1,26 bilhão de reais.
As informações, que constam no balanço semestral da Telecom Italia e estão disponíveis desde o fim de julho nos relatórios de segundo trimestre da TIM, motivaram queda de 3,64 por cento nas ações do grupo na Bolsa de Milão.
Em março de 2011, a TIM recebeu auto de infração da Secretaria da Receita Federal sobre eventual débito de imposto de renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSSL) relativo, entre outros temas, a operações societárias envolvendo as operações da companhia no Nordeste.
Em abril deste ano, decisão em primeira instância confirmou o auto de infração. A TIM apresentou recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que dará a decisão final.
“O Carf vem firmando jurisprudência favorável aos contribuintes em matérias semelhantes que compõem a autuação realizada, razão pela qual reafirmamos nosso entendimento que não são prováveis as chances de perda”, segundo a TIM.
Na bolsa paulista, as ações da TIM Brasil chegaram a cair 4,4 por cento na mínima do dia, mas reduziam as perdas e cediam 1,5 por cento às 16h36. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,47 por cento.