21/12/2024

TIM quer patrocinar Atlético-MG e Cruzeiro

A TIM, nas últimas semanas, sofreu suspensão da Anatel, foi a operadora que mais se desvalorizou na bolsa e virou alvo preferencial de críticas da população. Mas nenhum desses problemas parece que vai impedir a operadora italiana de continuar a investir em futebol. O intuito, inclusive, é anunciar novos patrocínios a clubes de futebol nos próximos meses.

A diretora de marketing advertising da TIM, Livia Marquez, antecipa que a companhia pretende ampliar a lista de times patrocinados, atualmente composta por Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Internacional, Palmeiras, São Paulo, Vitória e Vasco. A executiva não revela quais são os próximos clubes, mas foi apurado que Atlético-MG e Cruzeiro foram procurados nos últimos dias para negociar.

O mercado mineiro é o segundo maior do país em termos de telefonia móvel. Em julho deste ano, haviam 24,6 milhões de assinaturas, equivalentes a 9,63% de todo o país, abaixo apenas das 62,9 milhões de linhas de São Paulo, que representam 24,56% do total, segundo números fornecidos pela Anatel. Aproximar-se de atleticanos e cruzeirenses, então, é financeiramente interessante para a empresa.

A TIM, que faz chips personalizados para torcedores de cada time que é parceira, não revela números de vendas dessas linhas, para não desmerecer este ou aquele clube, mas garante que patrocinar equipes de futebol faz diferença. “Fazemos pesquisas de seis em seis meses e identificamos que o torcedor do time que tem patrocínio é mais engajado, tem um índice de preferência maior do que o chip normal”, diz Livia.

Entre dirigentes de Atlético-MG e Cruzeiro, a sensação é que a empresa priorizou outros Estados do país porque já possui uma posição mais confortável em Minas. A TIM é dona de 26,89% de todas as linhas mineiras, atrás apenas da Vivo, que detém 32,71%. A Oi está em terceiro, com 23,59%, enquanto a Claro fica por último, com 14,27%. No Rio de Janeiro, onde patrocina Flamengo e Vasco, a operadora italiana está bem atrás de Vivo e Claro.

Nos clubes mineiros, entretanto, a confiança em um patrocínio da TIM é baixa. Nos últimos anos, segundo um dirigente revelou, seis representantes diferentes começaram negociações em nome da empresa, mas nenhuma delas vingou. Faz alguns dias, um novo contato, o sétimo, buscou a direção de Atlético-MG e Cruzeiro para iniciar novas tratativas, que ainda estão em fase inicial.

Na prática, a operadora italiana não tem muito mais espaço para expandir seus patrocínios, pelo menos entre as principais equipes do Brasil. A empresa costuma fechar acordos para inserir sua marca no interior do número, nas costas, uma propriedade que ela mesma “criou” no mercado brasileiro nos últimos anos.

Em São Paulo, o Santos já preencheu essa lacuna com a empresa de cartões CSU. No Rio de Janeiro, o Botafogo tem a Herbalife, e o Fluminense não negocia patrocínios porque dá exclusividade para a Unimed. Ou seja, se a TIM quer expandir para outras praças, restam Minas Gerais e Pernambuco, entre as mais representativas.

De acordo com a diretora de marketing advertising da companhia, as turbulências sofridas nas últimas semanas, entre suspensão da Anatel, desvalorização na bolsa e críticas do público, não afetaram os planos para o futebol. “Todas as operadoras estão fragilizadas? Todas. Todas colocaram muitos clientes para dentro, é normal. Já aconteceu nos Estados Unidos, na Europa. É uma fase para cuidar com carinho dos clientes, e não muda nada na nossa estratégia de marca”, afirma Livia Marquez.

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