A Mastercard se prepara para entrar no mercado de pagamento móvel no Brasil até o final do ano. Após o anúncio da joint venture com a Vivo para o fornecimento de tecnologia de pagamentos móveis para a base de mais de 75 milhões de clientes da operadora, a empresa que irá coordenar a operação está em formação. Posteriormente, serão definidos os produtos que serão oferecidos.
A empresa irá investir no pagamento via SMS, que pode ser feito à distância. O consumidor envia um SMS para o lojista fazendo o pagamento e recebe outro de volta com a confirmação. Com a tecnologia, é possível pagamentos em estabelecimentos comerciais, realizar transferências de crédito e recarga de créditos no celular.
O foco são consumidores que não possuem conta bancária e que não têm smartphones, mirando a expansão da base de clientes. “Dos pagamentos no Brasil, 70% ainda é feito em dinheiro, mesmo com mais inclusão financeira e aumento de renda da população. Queremos buscar estes consumidores”, conta Francis Hondal, diretora de produtos e soluções globais para América Latina e Caribe.
“As pessoas têm mais celulares do que contas no banco, e já estão familiarizadas com ele. É uma grande oportunidade de tornar a vida delas mais prática. Carregar dinheiro não é seguro nem conveniente”. A bandeira tem um projeto piloto na comunidade de Palmeiras, em Fortaleza, no Ceará, também com a Vivo, só que em parceria com a Caixa Econômica Federal, e o banco da comunidade.
O primeiro país da América Latina a implantar a tecnologia foi a Argentina, em junho. Os próximos mercados a receberem o pagamento via celular, além do Brasil, são o Peru, Colômbia e México.
O volume da operação da bandeira na América Latina foi de US$ 71 bilhões no segundo trimestre do ano, um aumento de 18,7% com relação ao trimestre anterior. O crescimento é apenas inferior ao registrado na região da Ásia, Oriente Médio e África, cujo volume aumentou 22,8% no mesmo período.
Apesar de admitir que a tecnologia está em estágio inicial, que a adoção será gradual e ainda não há um modelo perfeito, Francis está otimista com o potencial no país. Em recente pesquisa da Vivo, o país figura em 16º no ranking dos mais preparados para adotar o pagamento via celular. “Acreditamos que só é possível entrar no mercado com parcerias, e a Vivo tem uma sólida posição no Brasil, ao contrário da Argentina, onde estamos crescendo juntos. Entramos com o know-how, e a operadora com a infraestrutura.”
A executiva conta que esta será apenas a primeira solução de pagamentos via celular. A ideia é oferecer outras voltadas para a classe média e clientes de alta renda, como o PayPass. A ferramenta de pagamento sem contato utiliza a tecnologia NFC (Near Field Communication) e exige aparelhos mais sofisticados.
Com a tecnologia, basta aproximar o meio de pagamento do terminal e a transação é completada. Ela já á utilizada no projeto Google Wallet, nos Estados Unidos, com o Citibank. “Os smartphones já representam 15% do mercado no Brasil, e este numero está crescendo, o que representa oportunidades”, diz Francis.