21/11/2024

4G no Brasil pode não ser tão caro assim

A ‘mente’ e o ‘bolso’ das operadoras nacionais estão voltados para a implantação do 4G. O momento é o de definir fornecedores e montar cronograma. Na ‘batalha’ das teles, Oi e Claro saem na frente e começam a mostrar suas estratégias para a nova geração de telefonia celular. TIM e Vivo se mostram mais cautelosas, mas garantem, também, estarem com seus projetos em andamento. 

Se aqui o momento é de construção, mundialmente, aparece uma boa notícia para o consumidor. Pesquisa da ABI Research mostra que a diferença de preço entre o 3G e o 4G está, hoje, em torno de 20%, com uma forte tendência de baixa. O discurso que o 4G será ‘caro e para poucos’ pode, nessa toada, não vir a ser uma realidade para o consumidor no Brasil. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira, 05/10, mostra que há sinais efetivos que a competição está ‘derrubando’ as tarifas em países como a Coreia do Sul. 

Lá, diz o estudo, a SK Telecom, para conquistar mais clientes, aumentou a velocidade de transmissão – de 3GB para 5GB e manteve o custo de US$ 55,04. Outros países, entre eles, a Noruega, onde o LTE começou, também já fazem revisões. “O 4G deu às teles, não apenas maiores velocidades para os downloads, mas especialmente uma capacidade maior de lidar com os dados. Há, sim, uma elasticidade na questão preço”, afirma Jake Saunders, vice-presidente da consultoria.

Para se ter uma ideia, a operadora M1, de Cingapura, já oferece um plano de dados de 4GB por US$ 9,62. “É tentador baixar preço para forçar a migração, mas as teles precisam ficar atentas à rentabilidade”, adverte Saunders. Com dados em alta, a voz também ganha força. Segundo a consultoria, as teles estão lançando voz sobre LTE (VOLTE). “É ainda incipiente, mas já é uma tática para também manter o assinante”, acrescenta. 

No Brasil, o 4G ainda está na mesa de planejamento das teles. O momento é de negociar os melhores contratos com os fornecedores de infraestrutura. A assinatura dos contratos – prevista para o dia 16 de outubro – deflagra a etapa de ‘mão na massa’ para a montagem das infraestruturas. 

Claro e Oi saíram na frente e ativaram ERBs LTE para demarcar o território. A Claro, inclusive, já está vendendo modems para banda larga. A Oi vai esperar até novembro, mas também aposta na conexão à Internet como primeiro interesse para o 4G. “Não teremos aparelhos 4G antes de dezembro. Até lá, os modems serão a diferença”, disse o presidente da Oi, Francisco Valim, após o anúncio da ativação de cinco ERBs LTE, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

A queda de preços no mercado externo é uma boa notícia para o consumidor nacional. Isso porque, até agora, todas as teles móveis adotaram o discurso que o 4G seria para ‘poucos e caros, em função de ser um serviço novo’. Os investimentos se concentram no 3G, até para reforçar a cobertura e a qualidade de serviço, questionada e cobrada pela Anatel e pelos consumidores.

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