A operadora Oi inaugurou sua rede de telefonia 4G com cinco antenas no bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio, com expansão anunciada para São Paulo, Brasília e Belo Horizonte até dezembro de 2012. Em abril de 2013, a “super-tele” faz o lançamento comercial da rede 4G em sete cidades: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador, Recife e São Paulo. Com isso, declarou o presidente da Oi, Francisco Vallim, nesta segunda, na Copa das Confederações, em 2013, a rede já estará em funcionamento para atender aos usuários.
Para apresentar a nova rede, o presidente da Anatel, João Rezende, fez uma ligação por celular, com vídeo, para o diretor da Oi responsável pela rede 4G, Carlos Eduardo Monteiro, que estava na Praia do Leblon, próximo do local onde acontecia a apresentação.
Segundo Francisco Valim, o investimento estimado na rede 4G até 2015 chega a R$ 1 bilhão. O presidente da Oi disse não temer a possível baixa rentabilidade do serviço devido à “obsolescência acelerada da tecnologia”.
“A gente acende vela todo dia para fazer dinheiro. O 2G em sete anos foi suplantado pelo 3G, que, por vez, foi suplantado pelo 4G em três anos. Não se chegou ao máximo de usabilidade e rentabilidade de uma rede instalada. Faz parte do contexto. Queremos garantir não a maior rentabilidade, mas atender aos clientes”, disse.
Diante da necessidade de ter mais antenas e as limitações das posturas municipais, Vallim diz ser um “ferrenho defensor da necessidade do partilhamento de antenas”.
“Estamos identificando oportunidades com operadores de Telecom para minimizar o número de antenas. Queremos otimizar esse processo”, disse ele. “O compartilhamento é a opção para evitar gargalos em alguns municípios”, concordou o presidente da Anatel, João Rezende.
Em 16 de outubro será formalizado entre a Anatel e a Oi o resultado do leilão em que a operadora foi autorizada a explorar a rede 4G.
O presidente da Oi disse que, no fim de 2012 ou início de 2013, aparelhos celulares habilitados para a rede 4G deverão chegar ao mercado e só então a operadora vai decidir o preço do serviço e criar pacotes. Até lá, a Oi venderá o serviço em forma de minimodens. A venda dos minimodens deve começar entre novembro e dezembro de 2012.
Para Valim, porém, o maior uso será por parte dos usuários de celulares. Segundo disse, todas as marcas deverão lançar aparelhos 4G. Ele lamentou o fato de o novo Iphone 5, da Apple, não estar habilitado para a frequência brasileira. A rede da tecnologia 4G instalada para testes tem equipamentos da Alcatel Lucent e Nokia Siemens.
Valim disse ainda que a operadora está preparada para a demanda dos próximos grandes eventos, como a Copa do Mundo, em 2014, com 52 jogos em 12 cidades.
“Temos um dos maiores eventos de aglomeração do mundo, com dois milhões de pessoas mandando fotos ao mesmo tempo, que é o Réveillon de Copacabana. Nenhum jogo da Copa vai ter esse público”, brincou ele.
Rezende disse ainda que, para a Copa do Mundo, os estádios têm um compromisso gerenciado pelo Ministério dos Esportes de oferecer infraestrutura para as operadoras de telecomunicações.
Apesar de garantir que o cronograma das obras para a infraestrutura das operadoras nos estádios está em dia, Vallim brincou dizendo que qualquer coisa que dê errado será sempre “culpa das teles”.
Como exemplo, ele disse que os problemas de sinal e transmissão ocorridos durante o Rock in Rio, no ano passado, na Zona Oeste do Rio, aconteceram porque as operadoras não tiveram acesso ao local.
No início de setembro, a rede 4G de testes da Oi atingiu velocidade de 88 Mbps durante uma demonstração no 56º Painel Telebrasil, evento para o setor de telecomunicações, realizado em Brasília.
O teste foi feito com smartphones e computadores durante o download de arquivos e streaming de vídeos de alta definição de vários serviços, entre eles o YouTube. Em alguns momentos, segundo a operadora, a velocidade de download chegou aos 100 Mbps.
Cerca de cem pessoas participaram do teste, entre eles representantes da Anatel e do Ministério das Comunicações. Os usuários puderam usar os próprios computadores, já que a operadora disponibilizou modems 4G para o teste. Foi o segundo teste realizado pela operadora em ambiente fechado. Em junho, a empresa montou uma infraestrutura 4G para que os participantes da conferência Rio+20 acessassem à internet.
Em junho, Oi e TIM venceram os dois últimos lotes do leilão feito pela Anatel para explorar a telefonia móvel 4G.
A TIM venceu o lote chamado “V1” com lance de R$ 340 milhões, ágio de 7,9% sobre o valor mínimo exigido pela Anatel, de R$ 315,096 milhões. Já a Oi, com oferta de R$ 330,851 milhões, ágio de 5% sobre o valor mínimo (R$ 315,096 milhões), ficou com o lote chamado “V2”.
Os dois primeiros lotes nacionais da telefonia 4G já haviam sido arrematados pela Vivo, por R$ 1,05 bilhão, ágio de 66,6% sobre o valor mínimo exigido pela agência, de R$ 630,191 milhões; e pela Claro, com oferta de R$ 844,518 milhões, ágio de 34% sobre o valor mínimo exigido, de R$ 630,191 milhões.
O interesse maior pelo lote vencido pela Vivo justifica-se pelo fato de englobar a subfaixa nacional “X”, a última na disputa com largura de banda de 20 MHz, maior que as demais e, portanto, com maior capacidade operacional. O lote vencido pela Claro também tem capacidade de cobertura superior aos vencidos por TIM e Oi.