O primeiro orelhão Wi-Fi do Brasil, instalado em Florianópolis no final de setembro, registra resultados animadores e mostra que a população da cidade está atenta às inovações tecnológicas. Segundo João Paulo Grunert, gerente de Longa Distância e Telefonia Pública da Oi, operadora que instalou o equipamento em parceria com a prefeitura da capital, todos os dias são realizados cerca de 130 acessos e o serviço já integra o cotidiano de quem frequenta o Largo da Catedral, no centro, onde está o orelhão.
“Entre os usuários há aqueles que acessam a internet no local para baixar simples e-mails até usuários que levam o laptop para trabalhar ao ar livre. Tem também quem acessa games para jogar online”, disse Grunert.
A instalação do aparelho oferece, além do telefone convencional, um sinal de internet que pode ser acessado gratuitamente a no máximo 70 metros de distância. Para poder entrar na rede, basta se cadastrar e receber o usuário e a senha. A ideia é chegar a 30 pontos até final de 2013.
O modelo de negócio para que o serviço seja rentável ainda está em estudo pela Oi, mas algumas tendências são praticamente irreversíveis. A primeira é manter o acesso gratuito apenas para clientes do serviço Oi Velox. Para os demais usuários, a gratuidade terá tempo limitado. O que exceder este limite será cobrado. Outra alternativa é utilizar o ponto para explorar publicidade, tanto anúncios da própria operadora quanto de outras empresas.
“É a modernização de um ativo. Com o acesso a internet, as pessoas vão cuidar mais do orelhão e haverá menos vandalismo. No Brasil, existem 700 mil orelhões. O uso deles cai ano a ano. A receita despenca e os custos sobem. Precisamos encontrar novos usos para esses equipamentos”, afirmou Grunert.
A instalação dos orelhões de internet sem fio faz parte da estratégia de firmar Florianópolis como capital da inovação. De acordo com João Alexandre Piassini Silvério, secretário municipal de Ciência e Tecnologia, a ideia surgiu após a divulgação de iniciativas semelhantes em outras cidades do mundo, como Nova York. “Para cada ponto que a empresa instalar em um local movimentado, terá que colocar um orelhão em uma localidade carente”, explicou o secretário.
Segundo ele, na próxima semana a prefeitura lançará um projeto ainda mais ousado. É o edital de instalação de 400 torres de internet social para acesso livre em toda a cidade. “Queremos atender 40 mil pessoas simultaneamente, cerca de 10% da população do município. Uma internet de alta qualidade com acesso real (conexão full) de 10 mega ao usuário”, disse Silvério.
A distribuição será nos pontos de grande movimento ou considerados estratégicos, como praças, praias, escolas, avenidas e unidades de saúde. Para evitar o uso indiscriminado, a internet oferecerá algumas limitações. Ao baixar um vídeo, por exemplo, a velocidade cairá para 256 kbps. Sites com conteúdo adulto terão o acesso barrado. “Os turistas também poderão utilizar o sistema. Devem fazer o cadastro para ganhar a senha com limite de uso de alguns dias”, explicou o secretário.