Os pacotes de televisão por assinatura via internet, ou IPTV, devem ajudar as operadoras de telecomunicações a agregar receita, com serviços de maior margem. Empresas como Vivo e Oi já anunciaram que ao longo deste quarto trimestre vão começar a operar nestas plataformas. Focados em clientes de maior renda, estes pacotes buscam melhor experiência de vídeo, com serviços diferenciados, em um ambiente de maior concorrência.
A estratégia das empresas em operar TV paga via internet é uma tendência mundial e encontra respaldo na necessidade cada vez maior de ofertar conteúdo adicional aos assinantes, como o vídeo sob demanda.
Levantamento elaborado pela Ericsson, que será responsável pela integração de sistemas da plataforma de vídeo da Vivo, realizado em 12 países, revela que 41% de um universo de 12 mil clientes estão dispostos a pagar mais por uma melhor experiência. Ou seja, podem pagar por conteúdo de TV e vídeo em alta definição.
Segundo analistas do setor de telecomunicações, os serviços de IPTV, além de margem maior, pelos preços dos pacotes mais caros e para classes de renda mais altas, que demandam conexões mais velozes de internet, têm custos menores de instalação. Isso, principalmente, se o cliente já contar com uma infraestrutura de banda larga com fibra ótica. Dessa forma, será possível passar um maior número de serviços pelo mesmo ponto, sem a necessidade de um novo cabo.
Outro ponto a favor são os investimentos para aquisição do clientes. Apesar de ser o serviço que mais cresce em penetração no País, a distribuição de sinais de televisão e de áudio por assinatura via satélite (DTH) gera um alto custo para conquista de clientes, proporcionando margens mais baixas. A necessidade de aquisição de capacidade em satélites é o que reduz o retorno às teles sobre o investimento.
Além disso, o DTH ainda vem sendo usado pelas empresas para expansão da base de clientes, com pacotes de preços mais baixos.
No caso da Vivo, os serviço de TV por assinatura com tecnologia IPTV poderão ser acessados em São Paulo por cerca de 20% de sua base de clientes, que deverá estar habilitada a receber este novo serviço até o final deste ano. A meta da empresa é chegar em meados de 2013 com 1,5 milhão de domicílios habilitados para adquirir a Vivo TV por fibra. Os pacotes residenciais terão velocidade de 200 megabits por segundo (Mbps), ao custo de R$ 349,90.
Já a Oi, que registrou um salto de 170 mil para meio milhão de assinantes de TV paga via DTH desde janeiro, também espera alavancar sua base de clientes com o IPTV, que será lançado em novembro. A expectativa da empresa é de atingir uma velocidade de conexão de internet também de 200 Mbps, em pontos onde a infraestrutura de cobre seja substituída pela fibra ótica. Além do apelo tecnológico, o pano de fundo para o desenvolvimento destes serviços encontra-se na baixa penetração da banda larga fixa no Brasil, quando comparada a outros países, e expansão da rede de fibra ótica.