Marcos Andres Armenteros também em greve de fome, tendo já perdido oito quilos, foi demitido pela Telefónica devido às baixas médicas que usufruiu durante 2010-2011. A carta de despedimento dizia textualmente: “você não é rentável” e o despedimento aconteceu na altura em que o trabalhador integrava uma lista candidata à direção do sindicato.
Contudo, apesar de duas decisões judiciais a favor do trabalhador, admitindo que a Telefónica agiu injustamente, a gigante espanhola no ramo das telecomunicações não permitiu que Armenteros regressasse ao trabalho.
Há 15 dias atrás, Armenteros e os seus companheiros de trabalho, Alberto Díez Santacoloma, Laurentino García, Josep Gallard Bell e Carlos Ballena, iniciaram então uma greve de fome em protesto também contra a perda de direitos e condições de trabalho na Telefónica.
Depois de duas semanas a soro e água, e com muita coragem, os grevistas conseguem romper com o silêncio dos meios de comunicação sobre o seu protesto.
Nas últimas horas, jornais espanhóis publicaram notícias sobre a greve de fome e sobre as iniciativas da então criada “Plataforma Marcos Readmisión y Sí Soy Rentable”, criada pelos sindicatos CoBas y En Construcciò. Estes exigem a readmissão do seu companheiro e denunciam a crescente precarização das condições de trabalho e a impunidade da multinacional presidida por César Alierta.
Ao entrarem na terceira greve de fome, o estado de saúde dos grevistas começa a ser preocupante. No entanto, os trabalhadores têm recebido assistência médica de cinco médicos que os acompanham voluntariamente.
Durante a primeira semana de greve de fome, um outro trabalhador da empresa juntou-se solidariamente ao protesto, no País Basco. Desde o início da greve, muitos outros trabalhadores da Telefónica realizaram várias iniciativas públicas para demonstrar apoio e denunciar a situação, com o slogan “Sim, eu sou rentável”. Em solidariedade com os grevistas, os trabalhadores da Telefónica, em várias sedes de Barcelona, têm realizado paralisações diárias, das 8h30 às 9h.
A solidariedade tem vindo a crescer, como se pode verificar no site de apoio à greve de fome na Telefónica. O sindicalista Diego Cañamero (Coordenador do Sindicato Andaluz de Trabajadores –SAT-), o coordenador da Izquierda Unida, Cayo Lara, bem como o partido da Esquerra Anticapitalista, já demonstraram publicamente o seu apoio aos grevistas.
Hoje, às 16h, a Comissão de Trabalhadores realizará um outro flashmob frente ao edifício da Telefónica para forçar a negociação, aproveitando a presença do presidente da empresa em Espanha, num fórum que terá lugar em Barcelona.
Até agora, a gigante das telecomunicações mundial recusa-se a readmitir Marcos Armenteros e a renegociar o contrato de trabalho coletivo dos seus funcionários, afetados pela atual e dura reforma laboral executada pelo governo de Mariano Rajoy.