A Portugal Telecom se beneficia do fato de a subsidiária Oi não ter interesse em comprar a concorrente brasileira GVT, já que essa aquisição exigiria muito financeiramente e colocaria em risco o nível dos dividendos pagos pela companhia, segundo o banco BPI.
Em comunicado ao mercado, a Oi, em que a Portugal Telecom detém 2% e representa metade da receita do grupo, anunciou que não está interessada na compra da GVT, pertencente à francesa Vivendi, devido às condições financeiras da operação, ao contrário do que a imprensa brasileira havia noticiado.
“Uma aquisição desta natureza exigiria financeiramente da Oi e colocaria em risco a política de remuneração aos acionistas, com consequências negativas para a PT”, disse o BPI. A Oi deve entregar à PT 500 milhões de euros em dividendos até 2015, segundo o plano estratégico.
A empresa disse ainda que embora a aquisição da GVT ajudasse a Oi a atingir as metas do plano estratégico de crescimento, o preço entre R$ 7 bilhões a R$ 8,5 bilhões pela companhia “não justifica o esforço”.
A GVT é avaliada como uma das operadoras de banda larga mais eficazes do Brasil e foi comprada, em 2010, pelo grupo francês Vivendi de seus fundadores brasileiros. A Vivendi, no entanto, não está contente com a lucratividade da empresa e deseja fazer caixa para compensar perdas em outros mercados, como a Europa. Por isso, colocou a Vivendi à venda.
Para a Portugal Telecom, que perdeu a disputa com a Telefônica no passado para continuar sócia da Vivo, esta pode ser a opção para ganhar mercado no Brasil. Em seu país de origem, a PT já domina boa parte do mercado interno e não tem grandes perspectivas de crescimento. Por isso, o Brasil representa uma grande oportunidade para a empresa portuguesa.