A Nextel, que está prestes a lançar o 3G no celular, e deu entrada na Anatel com o pedido para a compra da Unicel, enviou nota à imprensa reforçando a sua posição de que a proposta de compra da Unicel se deve ao interesse pela utilização do “espectro da Banda E por ela adquirida no leilão de 2007”. A Unicel tem frequência de 1,8 GHz na região metropolitana de São Paulo.
A nota cita questionamentos de diversos executivos de operadoras de celular sobre as razões da Nextel para a aquisição da Unicel. Estes executivos não conseguem entender a razão econômica de a Nextel se interessar por uma empresa que tem mais de R$ 100 milhões em dívidas e com pedido de falência, e que está também inadimplente com a Anatel. Para eles, seria muito mais barato comprar a faixa em leilão da agência, caso a frequência fosse retomada pela Anatel.
Alguns diretores afirmaram ainda que a Nextel sequer vai ter direito à faixa por ela pleiteada (a de 1,8 GHZ) visto que haveria sobreposição de licença entre as duas empresas (a Nextel também tem licença de 1,8 GHz na região metropolitana de São Paulo) e, conforme decisões anteriores da Anatel, uma das duas faixas teriam que ser devolvidas pois que cobrem as mesmas cidades.
Não é este o entendimento da Nextel, que afirma na nota não acreditar existirem “obstáculos que possam prejudicar a aprovação” do pedido de autorização de controle da Unicel do Brasil Telecomunicações. A operadora considera que “ter espectro adicional é um grande benefício para seus assinantes e bom para a competitividade”. Afirma ainda que “qualquer informação além da descrita acima é considerada pela Nextel uma tentativa de enfraquecer a concorrência saudável entre as empresas do setor”.