20/11/2024

Teles aprontam últimos detalhes para o 4G

Única a escapar das recentes punições da Anatel, a Vivo prefere não falar a respeito. Mas, ao que tudo indica, vai capitalizar o atestado implícito de qualidade para reforçar o argumento de venda de aplicações 4G. O investimento justifica o esforço de marketing. A Vivo pagou R$ 1,05 bilhão pelo lote de maior valor no leilão da faixa 2,5 GHz, promovido pela Anatel.

“A licença, de alcance nacional, permitirá a Vivo implantar a tecnologia 4G País afora, contemplando autorização de uso de radiofrequência de 20 + 20 MHz na faixa de 2,5 GHz e a faixa de 450 MHz para uso em áreas rurais do Estado de Minas Gerais, interior do Estado de São Paulo e região Nordeste, com exceção da Bahia e Maranhão, regiões com intensa atividade econômica (em especial turismo, indústria e agrobusiness) e maior densidade demográfica em relação a outras áreas a serem cobertas pela faixa de 450 MHz por outras operadoras”, comemora Christian Gebara, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Vivo.

Os investimentos necessários para colocar a 4G na rua fazem parte do plano global de investimento da operadora, da ordem de R$ 24,3 bilhões, para o período 2011-2014. “Agora, só nos cabe promover a concorrência para a aquisição dos equipamentos necessários, bem como planejar e executar a implantação da rede dentro dos prazos previstos no edital do leilão”, conta Gebara. A previsão é de que a nova rede esteja concluída até abril de 2013, em todas as cidades-sede da Copa das Confederações e, até dezembro de 2013, nas cidades sede da Copa do Mundo.

“A ideia da Vivo é, de fato, esgrimir com a qualidade do serviço, o que inclui cobertura mais ampla, disponibilidade, desempenho e preço, a mesma qualidade que o cliente 3G já conhece”, enumera Gebara, que aposta todas as fichas na explosão do mercado brasileiro de smartphones e tablets. Gebara considera que a operadora passou, “com louvor”, pelo teste de fogo durante a Conferência Rio+20, quando os participantes puderam experimentar a cobertura dos serviços da rede 3G.

Com desempenho 17% abaixo do ideal, segundo monitoramento da Anatel que durou quase um ano, a Claro não escapou à punição da agência reguladora, mas o baque não foi o bastante para levar a operadora a recuar nos planos de investimento. Pelo contrário, ao mesmo tempo em que negocia a suspensão do castigo, com a promessa de investir na correção das deficiências, a Claro segue firme na direção da 4G, que garante a ampliação da linha de serviços nos ambientes corporativo e residencial.

“A Claro acredita no crescimento econômico do País, razão pela qual mantém os planos de investimento. O leilão, o arremate do lote W e a licença para atuar nesse espectro nos dão a possibilidade de expandir não apenas a rede e levar os serviços para mais municípios, mas, acima de tudo, poder oferecer melhor qualidade e maior velocidade no acesso a dados e banda larga móvel”, promete Silvio Pegado, gerente de dados em SVA.

Segundo ele, a Claro já vai longe na construção da rede 4G, mediante investimento constante em infraestrutura. Até o final deste ano, a empresa terá investido R$ 3,5 bilhões. Antes, porém, capacitou a rede em IP Ran e a liberou para a tecnologia 3G Max. “Hoje, todos os clientes 3G da Claro já têm acesso automaticamente à rede 3G Max sem qualquer custo adicional, em 964 municípios. Mas o melhor é que 40% da rede já estão preparadas para o 4G”, conta o executivo.

Com o lote adquirido, a Claro poderá expandir a velocidade dos serviços, permitindo ao cliente navegar, tecnicamente, à velocidade de até 100 Mbps. Vídeo sob demanda, streaming de música e vídeos, serviços na nuvem, jogos online e multiplayer, vídeo chat/videoconferência são algumas das aplicações nas quais a Claro pretende investir, com prioridade, de olho na explosão da rede dados e redes sociais.

“A ideia é promover a maior acessibilidade aos clientes e a 4G vai atender, especialmente, aqueles que têm necessidade de conexão de dados com maior largura de banda e garantia de rede. As empresas, em particular, poderão se beneficiar, por exemplo, com o maior uso de soluções corporativas como monitoramento de câmeras, virtualização, backup de arquivos pesados etc., aplicações nas quais a Claro pensar investir pesado”, explica Pegado.

A Oi (igualmente punida com a suspensão das vendas de novas linhas em cinco estados, nos quais a qualidade, segundo a Anatel, andava 20% abaixo do ideal) reivindica a condição de única operadora capaz de oferecer soluções completas de acesso à Internet, que, segundo ela, integram banda larga fixa (Oi Velox) e banda larga móvel (Oi Velox 3G e Oi Wi-fi), como o Oi Internet Total.

“A intenção é direcionar os investimentos para o desenvolvimento de soluções sob medida para o usuário de Internet, que valoriza a mobilidade e a convergência, propiciando a conexão dos diferentes aparelhos, em qualquer lugar”, explica o diretor de Relações Institucionais, Marcos Mesquita. A partir da tecnologia LTE, a operadora planeja expandir a ofertas de soluções 4G, disponibilizando pacotes com maior velocidade no tráfego de dados. 

Inicialmente, a Oi deverá vender modems para computadores portáteis, a exemplo da maneira como se lançou no mercado de soluções no 3G. A operadora acredita que a maior demanda pelo serviço deverá vir dos segmentos corporativo empresarial e residencial de mais alto padrão. Mas, tal e qual as concorrentes, acha cedo para falar no custo dos pacotes, porque tudo depende da negociação com fornecedores, em especial, fabricantes de aparelhos e minimodens. 

Na Europa, entretanto, pacotes similares aos que as operadoras brasileiras vêm desenhando custam entre €50 e 60 por mês. Mas a expectativa, até que a cultura se dissemine, e de que o atendimento seja inicialmente voltado para quem estiver disposto a pagar por serviço premium, com ênfase no consumo de dados com maior velocidade, dentro de determinados limites de uso, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos.

Em relação à estratégia adotada no leilão promovido pela Anatel, a Oi esclarece que escolheu maximizar o investimento, garantindo o maior retorno sobre o capital investido. O lote adquirido foi o de menor custo, considerando as obrigações da Anatel e a expectativa de demanda pelos serviços. O plano de negócios da companhia prevê que, até 2015, serão despendidos R$ 24 bilhões, dos quais R$ 6 bilhões somente neste ano.

Mais da metade do montante será aplicada na expansão da infraestrutura de banda larga, o que inclui reforço da capacidade e velocidade, aumento da cobertura, reforço de rede de transporte e introdução de novos serviços, fortalecendo o portfólio de tecnologias de banda larga, incluindo FTTH, Wi-Fi, 3G e 4G. Dona da maior rede de telecomunicações do País, a empresa promete entrar no mercado de 4G com ofertas de banda larga fixa em todos os estados brasileiros, exceto em São Paulo, cobrindo 97% da população.

Os cases de aplicação da tecnologia 4G ainda não falam Português. E vai demorar, admitem, em especial, os usuários de aplicações corporativas. Mas, no exterior, a experiência inspiradora vem da Henkel AG & Co KGaA, que, em escala mundial, opera em três áreas de negócios: produtos domésticos de lavanderia e limpeza, cosméticos/artigos de toilete e tecnologias adesivas. Disposta a ganhar em agilidade operacional e economia de custos, a corporação está implantando soluções de comunicações unificadas e de telepresença da AT&T, num projeto que deve durar três anos. 

Com sede em Düsseldorf, a Henkel emprega cerca de 47 mil funcionários e é conhecida pelas marcas Dial, Right Guard, Persil, Schwarzkopf, Pritt e Loctite. A solução de telepresença, apontada como sendo a medula do projeto, será implantada em oito importantes mercados, incluindo Brasil, Estados Unidos, Alemanha, China, Filipinas, Eslováquia, Áustria e México.

Os serviços foram construídos a partir de uma sólida relação entre as empresas envolvidas no projeto. Na verdade, desde 2011, a Henkel utiliza os serviços de colaboração da AT&T Connect e está agora acelerando a implantação da solução de telepresença, que marca a última fase da profunda reforma implantada pela corporação no modelo de comunicações, hoje inteiramente unificadas.

A solução de telepresença da AT&T será instalada em nove pontos da rede global que atende a empresa e permitirá aos funcionários realizar reuniões, agendadas espontaneamente, interfronteiras, sem precisar de longos planejamentos, o que significa menor tempo de resposta para a resolução de problemas, nos principais mercados. Com os serviços de colaboração combinados da solução AT&T Connect, os usuários podem trocar informações entre escritórios e colaborar, em tempo real, com documentos e importantes projetos, independentemente de onde estejam e do aparelho utilizado. 

“Numa companhia global, com operações e stakeholders por todo o mundo, a tecnologia de telepresença de qualidade é fundamental para manter o contato e tomar decisões com eficiência. Nós acreditamos que esse lançamento terá papel importante para ajudar no crescimento do nosso negócio, além de construir e fortalecer o relacionamento com os principais fornecedores dos segmentos de varejo, automotivo e químico”, comemora Gordon Tredgold, vice-presidente de serviços de entrega global da Henkel.

“Nossos serviços e soluções podem aumentar a vantagem competitiva da Henkel e ajudar a empresa a se comunicar e crescer de forma eficiente e com ótimo custo-benefício em todos os escritórios globais, com ganhos de qualidade para os negócios e a vida dos funcionários”, opina Joachim Kathmann, vice-presidente da AT&T da Alemanha e Europa Central.

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