Em meio a incertezas quanto a uma possível troca de controlador, a GVT faz planos para 2013. A operadora, que pertence ao conglomerado francês de comunicação Vivendi, investirá R$ 2,5 bilhões no próximo ano e chegará a mais 14 cidades, inclusive a capital de São Paulo, com serviços de banda larga, telefonia e televisão paga. A expansão será, principalmente, nas regiões Nordeste e Sudeste, levando em conta o tamanho das novas praças.
A cifra é semelhante à aplicada em 2012, quando a empresa investiu R$ 2,6 bilhões e avançou em mais 19 cidades, encerrando o ano presente em 137 municípios do Brasil. A previsão é terminar 2012 com faturamento de R$ 4,3 bilhões, alta de 26,47% frente aos R$ 3,4 bilhões registrados no ano passado. Até 2016, a expectativa é dobrar de tamanho, atingindo receita superior a R$ 10 bilhões.
“A gente continua investindo na expansão das localidades e na rede, para ampliar a velocidade da banda larga”, afirma Marco Lopes, vice-presidente de marketing da GVT. Hoje, a velocidade média da conexão à internet no Brasil é 2Mbps. Na GVT, é 12Mbps e 68% das vendas são de 15Mbps.
Entre as novas cidades, nas palavras de Lopes, São Paulo é prioridade. No estado, a empresa já está em 15 localidades, incluindo cidades próximas à capital, como Guarulhos e Osasco, entre outras. “São Paulo será uma batalha importante. Tem atratividade do ponto de vista de renda e de concentração populacional. É o mercado mais cobiçado”, avalia.
A chegada da GVT em São Paulo era esperada há cerca de 2 anos, mas a empresa enfrentou dificuldades para obter licenças com a prefeitura para construir rede. Livre desse entrave, as obras estão a pleno vapor. “O processo está andando de forma fluida, não vemos obstáculos”, diz Lopes, sem informar o mês de início das vendas para paulistanos.
A entrada no mercado de televisão por assinatura foi o principal marco da GVT em 2012. A empresa vai encerrar o ano com mais de 400 mil clientes do serviço e a expectativa é mais que dobrar a base de assinantes, para 1 milhão de usuários, até o fim do próximo ano. “No primeiro ano, esperávamos conquistar uns 20% a menos. Superamos a expectativa”, conta.
Lopes observa que o mercado de TV paga mais que dobrou entre 2009 e 2012 (passou de 7,5 milhões de assinantes para 15,9 milhões, segundo dados da Anatel) e que a empresa recebe mais solicitações do que pode atender. “É um mercado que está muito comprador”.
Em novembro, foi noticiado que a Vivendi pretenderia levantar ao menos 7 bilhões de euros com a venda da GVT, mais que o dobro pago em 2009, quando o grupo francês comprou a operadora. A Vivendi pretenderia se desfazer de ativos para reduzir seu endividamento. Oi, América Móvil e DirecTV estariam participando de negociações iniciais. A Vivendi informou que não comenta rumores de mercado.