Há algum tempo, a estratégia da Oi tem sido focar em usuários pós-pagos, aproveitando sua cobertura 3G em um dos mercados-chave para a operadora: o Estado de São Paulo. Isso ficou evidente durante inauguração da loja conceitual da empresa na capital paulista, nesta terça-feira, 27, em um shopping de luxo.
O diretor nacional de vendas varejo da Oi, Bernardo Winik, enfatiza que a operadora não se esqueceu dos clientes pré-pagos, embora também esteja focando nos usuários que estão migrando para seus primeiros planos pós-pagos. “Estamos fazendo uma extensão desse leque para clientes de mais alto valor”, afirma. “Nossa base é tão saudável que temos a ARPU igual à líder de mercado”, diz, referindo-se ao valor da receita média por usuário móvel que registrou R$ 22,20 no último balanço fiscal, muito próximo ao da Vivo. “No terceiro trimestre, passamos a ser a terceira operadora de mercado em receita móvel, apesar de sermos a quarta em número de clientes”, comemora.
A tele também voltou a oferecer chips e aparelhos em lojas do varejo, embora reconheça que a venda de handsets não é tão lucrativa. Mas Winik diz que os clientes têm um perfil rentável, com baixo churn (desligamento da base). “A maioria dos clientes pós-pagos é 3G, incluindo planos de dados”, explica. No entanto, a empresa não oferece HSPA+ ainda e mostrou uma leve queda no número de usuários 3G: de junho a outubro, segundo dados da Anatel referentes a conexões WCDMA, a operadora saiu de 3,898 milhões de acessos no Brasil para 3,807 milhões. Somente na região metropolitana de São Paulo (área 11), a Oi caiu de 568 mil clientes 3G em junho para 555 mil em outubro.
Ainda assim, o executivo diz que está havendo oportunidade de mercado, com crescimento no pós-pago no Brasil e, mais especificamente, em São Paulo. Nas áreas 16 e 19 a operadora conta com “dois dígitos em menos de um ano”. “Estamos evoluindo muito no pós-pago no interior também. Queremos crescer muito nessa região, mas na capital também. O grande crescimento vai ser no interior”, diz. Segundo a Anatel, são 7,527 milhões de acessos pré-pago no Estado de São Paulo e 1,596 milhão de pós-pago. Em outubro do ano passado, eram 7,272 milhões e 971,5 mil acessos pré e pós-pago, respectivamente.
Segundo o diretor de varejo da Oi para São Paulo, Emílio Busoli, já são 61 lojas no Estado. “É um processo que já dura um ano e estamos focando muito em São Paulo. Demonstra o foco que estamos dando no canal de lojas e no mercado tão importante como é o paulista”, explica. O executivo acredita que trabalhar a estratégia de canais com pontos de venda investindo em tecnologia como a unidade no Shopping Iguatemi, com vendedores com treinamento e produtos, deverá ser um “conceito que vai expandir, podem ser lojas maiores ou menores, mas vamos levar ao Brasil inteiro”. Ele acha que isso faz parte da atenção dada aos pós-pagos. “Só vamos fidelizar a pessoa se ela for bem tratada o tempo inteiro”, espera.