14/11/2024

4G deverá contar com melhor planejamento de redes de dados móveis

O mercado de redes móveis está mais dinâmico do que nunca com a chegada de tecnologias mais robustas como o LTE (4G), trazendo novos desafios para as operadoras. Essa foi a conclusão da Arieso em um relatório divulgado que revela que 40% dos dados no 3G são consumidos por apenas 1% dos usuários, embora o 4G esteja começando a mudar este cenário.

O impacto do 4G acaba por reduzir a pressão nas redes 3G, embora as operadoras precisem visualizar como trabalhar com isso. “O consumo de dados em LTE causa mudanças no comportamento do consumidor porque quanto maior a velocidade e menor a latência, maior será o uso. Isso afeta porque os extremos ficam mais extremos”, explica o autor do estudo e CTO da Arieso, Michael Flanagan. Ele diz que usuários que não contam com boa cobertura 4G, em áreas marginais, acabarão sendo a maioria. Ainda assim, quem vai consumir mais são os que estão melhor servidos em cobertura, pois poderão contar com um serviço de melhor qualidade.

Mas o 4G acabará por compensar as áreas onde a demanda pela cobertura 3G não consegue atender. Flanagan acredita que o layout das redes observado com a terceira geração da tecnologia irá influenciar no planejamento do 4G. O estudo afirma que, para atender às necessidades e expectativas dos clientes, a utilização de smallcells será importante, mas a disposição e gerenciamento desses ativos deverão ser controlados com ainda maior precisão. Falanagan acredita que as redes auto-organizáveis (SON, na sigla em inglês), ajudará as operadoras nessa tarefa de gerenciamento das smallcells em redes heterogêneas.

Ainda assim, na opinião do executivo, os primeiros dispositivos a serem utilizados com LTE na América Latina tenderão a ser os modems USB. A região, inclusive, é tida pela Arieso como palco de uma “tempestade”, com grande crescimento no consumo de dados móveis, embora a maioria das redes tenha sido projetada para serviços de voz.

Esse problema foi ressaltado na pesquisa da empresa, citando a atuação da Anatel no final do ano passado no Brasil, quando proibiu a Claro, Oi e TIM de comercializarem novos acessos até a apresentação de planos de investimento para melhoria da infraestrutura de rede. “A experiência com a Anatel com ênfase em qualidade provocou a necessidade de requerimentos”, explica ele, dizendo torcer pelo dia em que a performance da rede de dados tenha requerimentos tão rigorosos quanto os de voz.

A pesquisa foi conduzida com base nos dados fornecidos anonimamente por “uma grande operadora europeia”. A companhia afirma que as tendências de consumo são semelhantes no mundo e que as diferenças regionais são especificadas no relatório.

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