O acordo de compartilhamento de infraestrutura da rede 4G entre a TIM e a Oi para o atendimento das cidades-sede da Copa das Confederações não envolve o compartilhamento de espectro. As operadoras optaram por não compartilhar a frequência por receio de que aos olhos da Anatel o entendimento pudesse ser de que a empresa cuja frequência não foi utilizada não estaria cumprindo a meta de atendimento.
A TIM ficou com a faixa V1 de 10 MHz + 10 MHz e a Oi com a V2 de mesmo tamanho, arrematados em leilão das faixas de 2,5 GHz e 450 MHz ocorrido no ano passado.
Ao todo, são quase 500 estações radiobase (ERBs) que serão implementadas nas seis cidades-sede da Copa das Confederações (Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro). Oi e TIM dividirão igualmente o número de ERBs instaladas, mas a divisão das cidades não ficará igual. Ou seja, uma delas provavelmente atenderá quatro cidades e a outra duas. A divisão das cidades ainda não está completamente fechada.
O acordo não compreende o atendimento em modo compartilhado das cidades-sede da Copa do Mundo, próxima etapa das metas de atendimento impostas pela Anatel. Mas, o acordo servirá como um teste para a expansão ou não do modelo.
Serão compartilhados (além da infraestrutura passiva como torres) a ERB LTE (estações 4G) e também o backhaul com separação lógica. Ou seja, o tráfego de cada uma delas é direcionado para o respectivo core de rede.
O compartilhamento de rede envolve a necessidade de um integrador, já que TIM e Oi têm fornecedores diferentes para o 4G. A TIM trabalha com Huawei, Ericsson e Nokia Siemens. Já a Oi selecionou a Ericsson, a Nokia Siemens e a Alcatel-Lucent. O integrador seria necessário para fazer com que o core de rede da TIM “enxergue” uma ERB da Alcatel-Lucent, já que o vendor franco-americano não está entre os seus fornecedores contratados. O mesmo vale para a Oi. O core de rede da Oi precisa “enxergar” uma ERB da Huawei.