22/11/2024

No ano do 4G, 3G continua no foco de investimentos de operadoras

O ano é do 4G, mas a geração anterior de telefonia celular, o 3G, continuará no foco de investimentos das operadoras em 2013. O cenário para os próximos meses é complexo, conforme explica Leonardo Capdeville, diretor de tecnologia e planejamento da Vivo. “O maior desafio é acompanhar a migração do 2G para o 3G e atender a demanda pelo serviço de terceira geração. E, como complemento temos o desafio de cumprir as metas de cobertura para o 4G.”

As operadoras têm de focar no 3G por pelo menos três motivos. Primeiro, essas redes recebem cada vez mais clientes vindo do 2G, a associação 4G Américas prevê que este ano 48% do total de usuários de celular no Brasil usarão essas redes. Em segundo lugar, além do aumento mês a mês no número de clientes 3G, cresce também o uso de serviços oferecidos por essa tecnologia, o que exige mais capacidade de rede. Em terceiro lugar por um bom tempo a cobertura geográfica do 3G será superior à das redes de quarta geração.
Lourenço Coelho, vice-presidente de estratégia e marketing da Ericsson para a América Latina, calcula investimentos das operadoras na casa de R$ 20 bilhões em 2012 e projeta um crescimento entre 5% e 10% neste ano. Para o executivo, 2013 será o ano do 4G, já que em 2012 as operadoras se dedicaram a comprar licenças, fechar contratos e planejar. A Ericsson tem contratos com todas as operadoras em 4G e a Nokia Siemens fornece para Oi e Tim. “2013 vai ser o ano de atingir as metas da Anatel (para 4G), a começar pelas da Copa das Confederações.”

Por outro lado, Coelho concorda que o 3G não ficará de lado, até para garantir a qualidade e reter clientes. “O que mais pressiona a operadora é o que o tráfego cresce. O usuário passa a consumir cada vez mais dados. Muito mais do que a exigência da Anatel (por qualidade), é o interesse das operadoras em defender o cliente”.
Fernando Carvalho, diretor de estratégia e novos negócios da Nokia Siemens para as Américas, diz que os investimentos das operadoras em 2012 foram guiados pela necessidade de melhorar o serviço e pelo início de projetos das redes 4G. “O crescimento foi grande frente a 2011, porque as operadoras começaram a investir em 4G no último trimestre e também pelas medidas de qualidade que a Anatel tomou”, conta.

Segundo ele, em 2012 as operadoras devem ter investido entre R$ 29 bilhões e R$ 30 bilhões, em 2011 foram R$ 23 bilhões. O montante inclui gastos com licenças, como é o caso dos R$ 2,93 bilhões levantados pela Anatel com o leilão de licenças de 4G em 2012. Carvalho acredita que, em 2013, os aportes do setor ficarão entre R$ 30,5 bilhões e R$ 31 bilhões, metade para redes e outros 50% para atendimento a cliente e tecnologia, por exemplo.

Erasmo Rojas, diretor da 4G Américas para América Latina e Caribe, observa que, no que tange a investimentos em 3G, as operadoras vão preferir aplicar em equipamentos com a tecnologia HSPA+, já em uso no país, que oferecem velocidades de redes 3,5G, intermediárias entre o 3G e o 4G. “Parte do investimento será para melhorar a abrangência do HSPA+, para que, quando os usuários saírem do LTE (tecnologia do 4G), terem o HSPA+ e não percebam grande diferença de velocidade.”
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