O envelhecimento da população e o reajuste acima da inflação nos preços dos procedimentos médicos estão colocando os custos com saúde de funcionários no topo das preocupações das grandes empresas no Brasil. Afinal, demitidos e aposentados que mantêm planos de saúde elevam gastos de empresa.
Sem poder combater as duas grandes tendências, as companhias tentam atacar o problema por outras frentes. Nos últimos anos, tem crescido o número de empresas com programas internos de gestão de saúde. Segundo a Mercer Marsh, 62% das companhias no país têm algum projeto desse tipo. As iniciativas vão desde as tradicionais palestras sobre saúde e bem estar ao monitoramento de funcionários com doenças crônicas como diabetes e hipertensão, que incluem até ligações diárias de enfermeiras.
No setor de Telecomunicações temos um exemplo. Com cerca de 100 mil funcionários, a Vivo/Telefônica “importou” da sua matriz espanhola há cerca de 8 meses um programa de monitoramento de doentes crônicos, com o uso de telemedicina.
Um grupo de 2.000 empregados em São Paulo participa do projeto. Após fazerem medições em casa, eles inserem informações como pressão arterial e glicose em uma plataforma virtual. Os dados são acompanhados por médicos da companhia ou da sua rede referenciada (exclusiva da empresa).
“Se mal geridos, os doentes crônicos chegam a impactar 60% do custo total da carteira de saúde da empresa”, diz Michel Daud Filho, diretor de saúde e qualidade de vida da Vivo.
Segundo o executivo, as iniciativas têm ajudado a empresa a manter seu custo de saúde “equilibrado”.