A evolução dos serviços de telecomunicações pode resultar em uma redução de até 538 mil dos 950 mil telefones públicos que existem no país. Segundo a Anatel, 188 mil já podem ser desligados porque estão praticamente sem uso. Além disso, a agência colocará em consulta pública, até o fim de março, um estudo com perguntas à sociedade sobre a evolução tecnológica da telefonia fixa e a possibilidade de mudança de regras para redistribuição e redução de orelhões no país. É o primeiro passo para a desativação de mais 350 mil aparelhos, mantendo em uso telefones públicos que serão turbinados com novas tecnologias e funções.
O novo orelhão, além de permitir ligações de voz, deve contar com videofone, com acesso à internet, transmissão de mensagens de texto (SMS) e Wi-Fi. Com isso, o acesso sem fio poderá ser feito também por notebooks, smartphones e tablets, a partir dos orelhões.
Outro modelo em estudo é o telefone público instalado em ônibus. Também está sendo proposto pela agência aparelhos públicos para os deficientes de fala e audição, diferentes dos existentes atualmente. Eles terão imagem e comunicação plena, com central de intermediação com vídeo pela qual a pessoa se comunicaria com o intérprete em Libras (linguagem de sinais).
A telefonia pública atual utiliza tecnologia de 20 anos atrás, que tem dificuldades de funcionalidade, de cobrança e até mesmo de acesso. Os dados apontam que 49% dos orelhões, ou cerca de 420 mil, fazem menos de 60 chamadas ao mês ou menos de duas ligações ao dia. A receita média mensal por orelhão da Oi é de R$ 10; a da Vivo, R$ 14. Historicamente, era de R$ 110. Entre 2007 e 2011, porém, houve uma queda na utilização de 40% ao ano.
A proposta da Anatel é abrandar os parâmetros técnicos, o que permitiria a redução do número de orelhões. Mas, em contrapartida, as empresas de telefonia teriam obrigações com a melhoria dos aparelhos e oferta de novos serviços, como o de banda larga, telefone com câmera e tela, serviço de indicação de mapas, entre outros.
A proposta de redução do número de orelhões e de localização de telefones públicos, segundo os técnicos, não vão atingir aqueles instalados em escolas, hospitais e localidades menores.