A China Mobile está interessada em expandir-se para o mercado português e brasileiro e a Portugal Telecom deverá ser o alvo de investimento preferido, dadas as suas operações na África e no Brasil, de acordo com analistas de mercado.
Pretendendo efetuar investimentos na Alemanha, África do Sul, Brasil, Portugal e Coreia do Norte, a administração da China Mobile iniciou o processo de análise ao ambiente macroeconômico e econômico de cinco países a fim de neles efetuar investimentos, segundo o diário chinês em língua inglesa “Morning Whistle” que o #Minha Operadora teve acesso.
A confirmar-se, será a mais recente vaga de investimento chinês a chegar ao Brasil, depois de uma sucessão de operações que tornaram grandes empresas chinesas importantes na energia (Sinopec) ou setor financeiro (Banco da China).
A Portugal Telecom tem uma participação de 25% numa das mais importantes operadoras brasileiras de telefonia fixa e móvel, a Oi. Em Angola, tem 25% da operadora de comunicações móveis Unitel, 40% da Multitel (fornecimento de acesso à Internet e dados) e ainda o controlo da ELTA, empresa de listas telefônicas de Angola. Em Moçambique detém a Listas Telefônicas de Moçambique e Teledata (ISP e dados), em Cabo Verde a CV Telecom (40%) e a Directel (60%) e em São Tomé e Príncipe a Companhia Santomense de Telecomunicações (51%). Está ainda presente na Namíbia, no Quénia e em Timor.
Numa nota de análise emitida na semana passada, os analistas do BPI afirmam que, se o investimento se confirmar, “a Portugal Telecom seria a candidata mais provável dada a sua presença internacional tanto no Brasil como em África”.
Além da Portugal Telecom, uma operadora potencialmente interessante seria a Zon, que se encontra em processo de fusão com a Sonaecom, dispondo de uma participação importante na TV por cabo em Angola e contando com a bilionária angolana Isabel dos Santos entre os seus acionistas.
A China Mobile é a maior telefônica mundial de telefonia móvel em número de clientes e, segundo os analistas da Trefis, a Portugal Telecom, que tem uma valorização de mercado de 5 bilhões de dólares, deve estar ao alcance da empresa.
“Portugal está a atravessar uma grande recessão e com desemprego recorde, pode não fazer sentido financeiro entrar no mercado nesta fase. Contudo, as valorizações comparativamente baixas podem motivar a China Mobile a pôr o pé na porta num mercado desenvolvido”, explicam os analistas.
A Trefis sublinha também que o mercado de comunicações móveis em Portugal é semelhante ao da China, com três grandes operadoras: TMN (grupo PT), com 7,3 milhões de clientes, Vodafone Portugal, com 6,6 milhões, e Optimus, com 2,5 milhões.
Em Março de 2012, o presidente da empresa, Wang Jianzhou, disse que a administração pretendia expandir a atividade para outros mercados mas que tal não tinha sido possível devido aos elevados preços pedidos para a aquisição de empresas já instaladas.