O acesso às redes de dados foram os principais problemas constatados pela Anatel em seu primeiro relatório trimestral de avaliação da qualidade das empresas de telefonia. O documento divulgado refere-se ao período de agosto a outubro do ano passado. Por meio deste relatório, que seguirá sendo publicado ao longo dos próximos dois anos, o órgão regulador vai divulgar os avanços das operadoras na melhoria da qualidade dos serviços.
No fim de 2012, o presidente da Anatel, João Rezende, já havia antecipado que os serviços das teles seguiam “insatisfatórios”, com base nessa primeira avaliação trimestral dos resultados. Por prestação de serviços ruim, TIM, Oi e Claro tiveram suas vendas suspensas em julho, até que fossem apresentados planos de investimentos. Segundo a Anatel, o acesso dos usuários aos serviços de dados atingiu um patamar pouco acima dos 95% em outubro, abaixo da meta de qualidade, próxima de 98%. O relatório mostrou que os acessos dos clientes da Claro ficaram levemente abaixo da meta de qualidade estipulada pela Anatel (de 98%), enquanto a TIM atingiu a faixa dos 95%.
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular Pessoal (SindiTelebrasil), que representa as empresas do setor, emitiu comunicado à imprensa destacando que o acesso às redes de dados ficou “quase na meta” e apresentou “melhoras em outubro”. Em termos de acessos aos serviços de voz, as empresas do setor cumpriram as metas, com um porcentual próximo a 97%, frente à obrigação de 95%. Neste caso, o desempenho da Claro ficou acima de 97%. Já a TIM e a Oi apresentaram um desempenho em linha com a obrigação de meta de qualidade, em 95%.
Diante desses números, o SindiTelebrasil ressaltou a “evolução” dos indicadores de qualidade. “As prestadoras de telefonia móvel, empenhadas em aprimorar a qualidade dos serviços, vêm cumprindo praticamente todas as metas definidas pelo órgão regulador”, afirmou a nota. O sindicato reforçou na nota ainda a necessidade da alteração em diversas leis municipais para retirar os entraves à instalação de antenas, o que permitiria a expansão dos serviços, com qualidade e cobertura adequada.
O relatório da Anatel avaliou também os porcentuais de queda nas chamadas e de conexão. Em ambos os indicadores, o setor superou as metas estabelecidas pela agência reguladora. O desempenho da Vivo, que ficou de fora da suspensão da Anatel, também foi mencionado no documento. A empresa atingiu as metas de acesso de voz, de queda de chamadas e de conexão. Informações sobre o acesso às redes de dados não foram reveladas. A TIM liderou a quantidade de reclamações, segundo o relatório. Após atingir um pico superior a 4 mil queixas, a operadora registrou uma queda para algo próximo a 3,8 mil em setembro e 3,7 mil em outubro. A Anatel considerou as reclamações feitas no call center da agência reguladora.
As reclamações dos consumidores à Claro atingiram 2,2 mil em agosto, 1,7 mil em setembro e 2 mil em outubro. A Oi teve cerca de 1,6 mil reclamações em agosto, 1,7 mil em setembro e 1,3 mil em outubro. A Vivo não fez parte deste levantamento da Anatel. O documento revelou que 39% das falhas nos serviços de telecomunicações são originadas do sistema de transmissão, 26% de falhas ou instabilidade no suprimento de energia elétrica, 11% de problemas com hardware e 9% de softwares.