A Portugal Telecom, uma das controladoras da Oi, e que já foi sócia da Vivo, continua a fazer o seu dever de caso em solo português onde passará a enfrentar maior competição, com a anunciada fusão da terceira operadora de celular, a Optimus, com a operadora de TV a Cabo, Zone. Depois de ambicioso programa de levar fibra óptica até as residências portuguesas, onde está presente em 43% das casas habitadas, pretende chegar no final de 2013 com 90% da população atendida com a rede de quarta geração. Terminou 2012 com 70% da população com 4G, ou 160 municípios.
As dimensões de Portugal são muito inferiores às brasileiras (o país tem 800 km de ponta a ponta, o que se equivale à distância Brasília/Belo Horizonte), mas a opção por investimentos em redes de mais nova geração fez com que a empresa, obrigada em 2007 a fazer o spin off de suas operações de cabo, se recuperasse no novo mercado e chegasse hoje a liderar o market share na oferta triple play (voz fixa, banda larga e IPTV). Agora, partiu para a oferta quatriple play, com a inclusão do celular, em pacotes de 79,99 euros por 100 Mps de banda larga, dois números móveis com chamadas e SMS ilimitados nacionais e internacionais; 90 canais de TV; e presença em qualquer tela, com fatura única.
Para seus executivos, os investimentos nas redes e tecnologias se justificam porque são elas que suportam os serviços a serem prestados. “Sem boas ofertas e bons serviços, não há inovação” vaticina um de seus diretores.
E é por essa experiência que a Portugal Telecom aposta nos investimentos em fibra óptica em solo brasileiro. Conforme um de seus diretores, não é possível ofertar serviço de IPTV com banda larga inferior a 8 Mbps. E as redes de cobre de Portugal têm no máximo 1,5 km que permitem chegar a 12 Mbps, o que dá para transmitir canais em baixa definição, mas em alta definição só acima de 12 Mbps.
No Brasil, as operadoras têm redes de cobre muito mais longas, chegando a distâncias de até quatro quilômetros entre a casa do usuário e a central mais próxima. Razão mais do que suficiente para se partir direto para a construção das fibras ópticas. Se o custo da construção civil é maior para puxar as fibras, há redução da Opex pois ela exige 1/3 a menos de centrais, consome cinco vezes menos energia; tem maior área de cobertura (10 km) e exige menos consertos, apontam as experiências da Portugal Telecom. “No Brasil, os investimentos justificam a fibra”, aposta diretor da operadora.