O 4G no Brasil surgiu às pressas, assim que os prazos para a finalização de estruturas para a Copa do Mundo e para a Copa das Confederações se esgotavam. Contudo, a expectativa para o uso do serviço é alta. “A estimativa é que o país chegue ao final desse ano com 4 milhões de aparelhos 4G”, afirmou João Rezende, presidente da Anatel, durante o evento de lançamento do 4G da operadora Claro, nesta semana.
Operando na faixa de 2,5 GHz, o 4G brasileiro é ofertado pelas operadoras Claro, Oi, TIM e Vivo. Até o dia 30 de abril o serviço deve estar em funcionamento nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, sedes da Copa das Confederações. Até o fim de 2013, o 4G precisará estar presente também em todas as 12 cidades onde acontecerá a Copa do Mundo, em 2014.
Um dos principais empecilhos para o funcionamento pleno da rede 4G está na legislação municipal de algumas cidades, que proíbem a instalação de antenas próximo a hospitais e a escolas, áreas de aglomeração que demandam um sinal de maior força e, consequentemente, a presença de mais antenas. Com os prazos apertados, algumas cidades já estão tomando providências e criando mecanismos legais para permitir que novas antenas sejam adicionadas, dando forma à rede 4G.
Um segundo ponto que tem sido alvo de constante debate é a liberação da faixa dos 700 MHz, que também, futuramente, será utilizada pelo 4G. A discussão se dá em torno dos aparelhos estrangeiros, principalmente, capacitados para funcionarem com o 4G de 700 MHz e não com o de 2,5 GHz, que será liberado para a Copa do Mundo de 2014.
Portanto, questiona-se até que ponto será útil ter uma rede 4G pronta para este grande evento esportivo já que boa parte dos aparelhos móveis estrangeiros não poderão usufruir dela por uma questão técnica de espectro. A Anatel já está tomando providências para desocupar a faixa de 700 MHz, hoje utilizada pela TV analógica. Contudo, este é um processo que toma tempo e, ao que tudo indica, o 2,5 GHz será o padrão para o 4G por algum tempo.
Segundo o próprio Rezende, a faixa de 700 MHz só deve estar disponível para o 4G em 2015. Apesar do debate, ele garante que a dificuldade de acesso para aparelhos estrangeiros será mínima. “As pessoas acabam comprando o chip aqui. Fora as transmissões corporativas, um consumidor normal vai fugir do roaming. A barreira não é tecnológica, é financeira”, disse ele.