Maus ventos que não sopravam há mais de 14 anos voltam para abalar as estruturas da Oi. A pior queda da companhia de telecomunicações desde 1999 força analistas a revisarem suas perspectivas de investimento para uma postura mais cautelosa.
Tal posicionamento é atribuído ao desaceleramento do ritmo de restruturação operacional a curto prazo e também a incoerência com as metas de longo prazo estimadas pela empresa, segundo os analistas Richard Dineen e Sean Glickenhaus, do banco HSBC. Nos últimos dias a Oi sofreu corte de preço alvo de dois bancos e do CGD. O corte mais severo foi realizado pelo banco HSBC, que reduziu o preço-alvo das ações preferenciais da Oi de R$ 7,50 para R$ 5,50, patamar R$ 0,40 abaixo do último fechamento da ação. Por outro lado, apesar da queda, o CGD recomendou a compra de ações da Oi com base no potencial de retorno atrativo dos papéis.
A acentuação do quadro negativo da Oi se deu em janeiro quando o CEO da companhia foi demitido do cargo, fato que gerou um cenário de incertezas. Já para o site de economia Bloomberg, um outro aspecto da crise é o recorde de multas registradas pela Oi, que supera com grande margem de diferença de suas rivais. As sanções aplicadas configuram-se em mais de 14,3 milhões de reais de prejuízo para a empresa de telecomunicações. Talvez este prejuízo financeiro não seja crítico se comparado a sua última receita divulgada, mas a atmosfera de incerteza e falta de confiança é fortemente agravada por ele.