Com maior cota do 4G, a Vivo confirma data de operação enquanto a Seuma diz que não há pedidos de licença. A menos de 15 dias da data estipulada pela Anatel para o funcionamento da quarta geração de telefonia móvel brasileira (4G), as informações sobre a implantação das antenas necessárias para a transmissão da nova tecnologia segue contraditórias, no Ceará e no Brasil.
Na manhã de ontem, enquanto apresentava o MultiVivo (novo produto da empresa com foco no uso de dados), o CEO da companhia, Paulo César Teixeira, garantiu o início do 4G no dia 30 de abril, assim como estabelece as regras do leilão ganho pela operadora, no ano passado.
“O 4G está andando normalmente para as cidades do Nordeste (Recife e Fortaleza, primeiro, e, depois, Natal e Salvador), assim como as demais cidades do País. Não há nenhum problema. Nós estamos todos dentro do que estabelece a legislação e vamos guardar mais informações para o dia 30”, declarou, referindo-se à data já anunciada pela Vivo para a divulgação dos pacotes de dados e preços da nova tecnologia.
O executivo ainda ressaltou que o acordo entre as teles e os estádios onde ocorrerão os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo já foram fechados em todo País, inclusive no Castelão. No entanto, para serem instaladas, as chamadas Estações Rádio-Base (ERBs) dependem apenas do licenciamento ambiental de cada cidade onde o 4G funcionará.
No que diz respeito a Fortaleza, o portal apurou com a Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) que “nenhum pedido para a instalação de novas antenas para o 4G passou por lá até agora”. A assessoria de imprensa informou ter conferido processos junto a “vários setores” e não ter encontrado nenhuma demanda das companhias telefônicas.
O trâmite necessário para o licenciamento ambiental, inclusive, foi motivo de reclamações da associação que representa as teles, o SinditeleBrasil, no fim do mês passado. Em Fortaleza, segundo a Seuma, o tempo médio de emissão da Licença de Operação para as antenas de telefonia móvel é de dois meses, o que, seguindo a regra vigente até o momento, torna inviável a instalação e também ao funcionamento do 4G na capital cearense até o próximo dia 30.
Em Fortaleza para a escolha do novo diretor da companhia no Estado, o novo diretor para Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte da Vivo, Marcelo Tanner, também destacou o licenciamento como o principal gargalo do setor e contou de mais 42 cidades cobertas com 3G da operadora até o fim deste ano.
Apresentado pelo CEO e pelo vice-presidente comercial, Cristian Gebara, na manhã de ontem em teleconferência para todo o Brasil, o MultiVivo foca nos dados e deve ter no 4G seu potencial elevado. O novo serviço oferecido consiste no uso de um mesmo pacote de dados e/ou voz para várias plataformas.
Na prática, o assinante de um plano pode estender os minutos de voz ou os megabits usados no smartphones disponíveis (em tráfego e velocidade) em tablets, PCs, notebooks e até outros smartphones.
Para cada novo aparelho vinculado à conta original, o cliente deve desembolsar R$ 29 para o uso de dados e R$ 49 para o uso de dados e voz.
A expectativa do Multivivo para o Ceará, segundo Tanner, é contabilizar mensalmente 20% dos 1,5 mil acessos em dados esperados a partir de maio para o novo serviço mensalmente. Desde ante-ontem à tarde, a oferta já pode ser conferida no site da operadora de telefonia.
A Anatel decidiu prorrogar por mais 20 dias a consulta pública a respeito das condições de uso da faixa de 700 MHz. O prazo se encerraria neste domingo, 14, mas foi adiado a pedido do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).
Atualmente ocupado pela TV analógica, esse espectro será leiloado no início de 2014 para fornecer serviços de internet 4G A desocupação da faixa de 700 MHz deve começar em 2015 e ser concluída até 2018. As contribuições à consulta pública podem ser encaminhadas até 4 de maio pelo site da Anatel, carta, fax ou e-mail.
Ainda na semana passada, o presidente do Conselho Diretor da Anatel, João Rezende, levantou mais polêmica no setor quando afirmou que o 4G na frequência de 700MHz não estará pronto para a Copa do Mundo. A justificativa do executivo para este impedimento é que não há tempo hábil entre a realização do leilão a o início da Copa, que deve acontecer em junho do próximo do ano.
A frequência de 700MHz é considerada a melhor para este tipo de tecnologia. Melhor, inclusive, que a de 2,5GHz com a qual o 4G brasileiro deve começar a operar e é usada pela maioria dos países com 4G.