No último balanço da Anatel sobre os acessos móveis, já ficou evidente a predominância dos acessos pós-pagos no total de adições líquidas no mês. A tendência de maior número de novos acessos pós, em detrimento ao pré-pago, porém, não é de agora. No terceiro trimestre de 2012, o porcentual de acessos pós-pago no total de adições líquidas deu um salto: passou de 25% no segundo trimestre para 65,3% no terceiro e agora chega a 77,4%.
O resultado, que pode indicar o amadurecimento do mercado nacional de telefonia móvel, com a desaceleração do crescimento da base e conversão de clientes para serviços pós-pago. Mas o cenário não é tão simples assim. As operadoras têm feito ajustes em sua base de usuários. “A Vivo reduziu o prazo para desligamento de pré-pagos inativos e apresentou adições líquidas negativas (-865 mil) neste segmento no 1T13. Idem na Oi (-87 mil). A liderança em adições líquidas no trimestre ficou com a Claro (723 mil), seguida pela TIM (648 mil)”.
Salientamos que no segmento pós-pago a situação é diferente. “As adições líquidas no 1T13 foram 14% maiores que as do 1T12. Este pode ser um indicador de que está se acelerando a migração de usuários de pré-pago para os planos controle do pós-pago”.
As operadoras têm dado declarações claras de que estão atrás dos clientes que propiciem uma receita média por usuário (Arpu) maior. A Claro, por exemplo, ampliou a atuação dos canais de venda para impulsionar os planos controle. Em fevereiro, a operadora do grupo América Móvil afirma ter dobrado a venda do plano Controle Ilimitado (com gasto mensal de R$ 35) em relação ao ano anterior. A Oi, por sua vez, está ampliando sua rede de lojas próprias em busca dos clientes de alto valor. Mas, apesar desses esforços, foi a Vivo quem liderou as adições líquidas no pós-pago no primeiro trimestre: 716 mil, ante 347 mil da Claro, 343 da Oi e 209 da TIM.
Uma das explicações para a movimetação das companhias é a redução do Arpu forçado pela agência reguladora, que tende a se acentuar ainda mais por conta da aprovação do Plano Geral de Metas de Competição. Por conta do plano, a taxa de interconexão do celular vai cair para R$ 0,16 em três anos.
Mas nem todos os acessos pós-pagos significam receita por unidade, no caso dos acessos máquina à máquina (M2M), as operadoras ganham com o volume, principalmente. O aumento no número de acessos por terminais de banda larga também impulsiona o segmento pós-pago. (mais detalhes na matéria anterior)
Acessos M2M e por terminais de banda larga móvel totalizaram adições líquidas de 651 mil terminais no 1T13, sendo 426 mil M2M. O crescimento nestas adições líquidas foi, no entanto, pequeno em relação ao 1T12 (612 mil).