14/11/2024

Ainda sem regras, teles e bancos começam a lançar pagamento móvel

O governo ainda não se decidiu sobre o grau de regulação que terá sobre o sistema de pagamentos móveis, é parte de uma norma sobre meios de pagamento, mas estacionou na Casa Civil. Enquanto isso, operadoras e bancos aproveitam o momento da explosão dos dispositivos móveis em busca de novas opções de consumo. 

Hoje, a parceria entre Vivo e Mastercard, em teste desde o início do ano, será lançada oficialmente em cinco cidades do interior de São Paulo, a se confirmar, mas o plano era oferecer o serviço inicialmente em Guarulhos, Mogi das Cruzes, Jundiaí, Sorocaba e Osasco. 

Logo depois do aviso ontem, a Oi anunciou por e-mail que seu sistema de ‘carteira eletrônica’ em parceria com o Banco do Brasil e a Cielo, já começou a funcionar nesta segunda (13). Ou melhor, começou a ser oferecido a “clientes pré-selecionados”. 

Também está previsto para este trimestre o lançamento comercial do modelo desenvolvido em parceria da Claro com o Bradesco. Ele deve começar como os demais, mas até aqui é o projeto que indicou interesse em avançar para o uso da ‘comunicação de campo próximo’, ou NFC, Near Field Communication.

A TIM manifestou interesse parecido, mas ainda não informou nada concreto. 

As iniciativas em andamento são muito semelhantes (no formato de ‘carteira eletrônica’) ou seja, o uso de dinheiro “depositado” para o uso em celulares, o que é outra forma de dizer que são desenhos de pagamento móvel pré-pago. 

Também sinalizam que será possível fazer transferências entre clientes do mesmo serviço, de início algo restrito às mesmas empresas, bem como o pagamento de contas, algo que já é possível de alguma forma ser feito com smartphones e o uso dos sistemas ‘mobile’ dos bancos. 

Já as parcerias com operadoras de cartões de crédito/débito sinaliza para o uso dos celulares em compras. No caso da Vivo/Mastercard (a joint venture foi batizada de MFS, ou Mobile Financial Services) já há inclusive um acordo com a fabricante gaúcha GetNet de maquinetas do tipo POS, outra sigla para jargão em inglês, no caso Ponto Of Sale (ponto de venda). 

Do que foi anunciado até então, isso significa usar os celulares para dar ordens de pagamento em ferramentas de mensagens semelhantes ao tradicional SMS. Nesse caso, uma possibilidade é o uso desse sistema na rede de maquinetas credenciadas às operadoras de cartões ou, como anunciado pela MFS, nos pontos de venda da GetNet. 

É de se esperar que esse modelo, que agora começará a ser testado em escala mais ampla, passe para o uso dos celulares para a troca de dados sem fio no sistema NFC, ou seja, com apenas a aproximação do aparelho aos equipamentos “leitores” para que uma transação financeira seja efetivada. É algo nos planos do Bradesco, por exemplo, mas trata-se de um serviço que depende muito do tipo de equipamento que os ‘clientes’ têm em mãos. 

As parcerias já anunciadas indicam, além disso, pelo menos uma forma de remuneração pelo sistema de pagamento móvel. Nessas primeiras experiências, os clientes pagarão uma “tarifa”, a Oi já indicou que será de R$ 8 e as demais devem seguir padrão semelhante. A fórmula deve prever em todos os casos que o valor dessa tarifa é totalmente revertido em créditos para ligações nos celulares. Em si, é uma ideia engenhosa por ter dupla vantagem: garante uma receita com o serviço e ainda pode turbinar a minutagem da telefonia.
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