O que você faria se estivesse a poucos dias de ficar sem acesso a internet por tempo indeterminado? Essa é a situação vivida pela família do universitário Alisson Pereira de Melo, de 23 anos, morador do bairro Recanto dos Rouxinóis em Campo Grande.
A única operadora de internet que disponibiliza cobertura para a rua Victor Assis Brazil irá encerrar as atividades no próximo dia 31 e a partir do dia 1º de junho os trabalhos de faculdade, a pós-graduação do irmão e os cursos à distância do pai de Alisson não poderão ser feitos.
Uma carta enviada para a família pela empresa Jet, contratada há 4 anos, informou que a empresa foi comprada pela Sky e que o serviço de internet não será mais oferecido pela compradora.
Antes de contratar a Jet, a família que se mudou há 7 anos para a Capital procurou outras operadoras, mas nenhuma delas tinha cobertura na região. Depois da surpresa de receber o comunicado da suspensão dos serviços, a família começou uma rotina de ligações para atendimentos ao cliente e cadastros nos sites das empresas em busca de uma saída.
“Eu, meu pai e meu irmão começamos a ligar para várias empresas, mas nenhuma delas tem rede que cobre a nossa rua. A única é a Oi que oferece pacote de 1 mega, mas a atendente disse que estava esgotado e eu só conseguiria contratar se alguém desistisse ou se um morador morresse”, explica o jovem.
Depois de várias ligações e respostas negativas, a família ficou sem saída e não vê opção para continuar conectada à rede. “A gente não está pedindo nada de graça, queremos que tragam um serviço que a gente vai pagar por ele”, desabafa Alison.
Outro motivo de revolta da família é que pessoas que moram no mesmo bairro, há duas quadras da casa, têm a cobertura das empresas e o acesso normal à internet.
“Hoje em dia ninguém pode ficar sem internet, temos trabalhos para fazer e agora ficamos sem opção”.
O jovem conta que até uma empresa local que oferece o serviço para várias regiões da cidade informou que a região não possui cobertura. “No folheto eles falam que cobrem até a Moreninhas, mas aqui pra gente não chega, é frustrante”, afirma Alisson.
As empresas procuradas pela família foram a GVT, que informou por meio de uma atendente que o serviço não tem disponibilidade prevista para a região. A Net também afirmou que a rede de cobertura não abrange o bairro Recando dos Rouxinóis.
A Oi, que oferece apenas o serviço de 1 mega, informa que está com os armários (espaços onde as fiações da rede se conectam às casas) lotados e que não a previsão para liberação.
Inconformada com a condição de ficar desconectada do mundo virtual, a família pensa até em entrar na Justiça para que alguma providência seja tomada. “A gente nem sabe se pode entrar com alguma medida para isso, mas se for possível vamos entrar com ação sim. Só queremos o serviço aqui”, completa o universitário.