Para o chairman da Nokia Siemens Network (NSN), Aluizio Byrro, a nova política industrial (que privilegia a produção local e tecnologia nacional) não pode repetir o erro da reserva de mercado, da década de 70, e apostar apenas no hardware, visto que a inovação está em software.
“Na minha empresa, dois terços do faturamento estão vinculados ao software e aos serviços de valor agregado”, completou Byrro. Ele defende a política (principalmente no que se refere à desoneração tributária), mas observa que ela não pode ser adotada por tempo indeterminado, visto que as operadoras de telecom que atuam no Brasil, que são obrigadas a adquirir percentuais de compras nacionais, têm baixa rentabilidade.
Segundo Byrro, as operadoras brasileiras (Oi e TIM) são as empresas que têm o menor retorno sobre o capital investido em todo o mundo. Enquanto a maioria das teles têm retorno de 10%, as duas operadoras apresentam retorno de 5% sobre o capital investido. “É perigosa a perpetuação das medidas”, alertou.
O executivo assinalou que os investimentos das operadoras estão aumentando, chegando a R$ 25 bilhões no ano passado, contra R$ 18 bilhões de 2010. “Não podemos dizer que as empresas estão investindo pouco, eles representam 14% do faturamento bruto”.