O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, acredita que o serviço de comunicação máquina a máquina (M2M), conhecido como “internet das coisas”, e o mercado de smartphones vão direcionar o crescimento do setor de telecomunicações nos próximos anos no país. Daí a importância dos programas de desoneração oferecidos pelo governo nas duas áreas, afirmou Abreu.
“O crescimento em voz na telefonia móvel é um efeito colateral da diminuição do consumo de voz na telefonia fixa, mas sabemos que isso é temporário”, disse Abreu. “O futuro da telefonia está no consumo de dados e o setor precisa estar atento para desenvolver oportunidades nesse sentido”, afirmou Abreu, na sua primeira apresentação em um evento público como presidente da TIM, depois de assumir o cargo em março. Como exemplo, o executivo citou o TIM Music, um serviço de música da operadora que consome menos banda e foi lançado há algumas semanas.
Para Abreu, no caso dos smartphones, a redução dos impostos não é obrigatoriamente repassada ao cliente. “É crucial a imposição de um mecanismo que assegure que essas desonerações cheguem ao varejo” afirmou.
Para o presidente da TIM, o setor tem um peso no Produto Interno Bruto (PIB), de cerca de 6%, desproporcional em relação à sua importância na arrecadação, da ordem de 10%. Abreu citou o balanço da TIM para ilustrar o caso. Em 2012, a operadora registrou receita bruta de R$ 27,80 bilhões e um lucro líquido de R$ 1,45 bilhão. Os investimentos em infra-estrutura (capex) foram de R$ 3,76 bilhões. “Mas o pagamento de fundos e tributos foi de R$ 7,8 bilhões no período, mais de cinco vezes o lucro líquido”, afirmou Abreu. “É importante ter critério para usar o que já é arrecadado, com isso a eficiência pode aumentar significativamente”, afirmou.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, participou da abertura do evento em São Paulo. Segundo Coutinho, o governo espera uma recuperação do crescimento em 2013. “Esperamos uma aceleração dos investimentos na cadeia de telecom por conta da introdução de novas tecnologias e do dinamismo do mercado”, afirmou.
Em 2012, disse Coutinho, o setor recebeu do banco investimentos da ordem de R$ 7,2 bilhões, o equivalente a 28,5% do total de recursos aportados pelo setor no período. “Depois do setor elétrico, telecom foi o que mais recebeu recursos do BNDES”, afirmou.
A contrapartida, disse, é fazer com que as empresas retomem sua capacidade de desenvolvimento no país e invistam no processo produtivo local, dentro das premissas do Plano Brasil Maior.