O furto de cabos de operadoras de telefonia no Rio Grande do Sul cresce, abastecendo um mercado paralelo de sucatas e fundições interessadas no interior dos fios: o cobre. Somente de janeiro a abril deste ano, foram registradas mais de 60% das prisões em relação a todo 2012. Foram 14 flagrantes em quatro meses de 2013, contra 23 nos doze meses do ano passado.
Apesar dos tímidos números da Polícia Civil, as empresas têm contabilizado o aumento na incidência. Somente na rede da Oi, os ataques quase triplicaram em abril. O maior prejuízo, entretanto, é para a população, que fica impedida de usar o telefone e acionar os serviços de emergência quando necessário.
A titular da Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e Serviços Delegados (DRCP) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegada Sílvia Cocaro, destaca que operações de rotina ocorrem toda a semana nas redes das operadoras, como um trabalho preventivo para reduzir a ocorrência dos furtos.
Somente nas redes da Oi, o aumento foi de 272% dos casos de abril deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 199 ataques no mês, contra 73 em 2012. Ao todo, a empresa registrou 872 furtos no ano passado. A operadora não detalha os locais onde aconteceram os ataques. Já a GVT não informa os totais, mas destaca que os endereços mais críticos de sua rede estão na Rua Dr. João Daniel Hillebrand e Avenida Presidente Lucena, em Novo Hamburgo, e Avenida João Corrêa e Rua Manoel Vargas, em São Leopoldo.
“No mês passado, realizamos a Operação Metal, em que nove suspeitos foram presos e 26 pontos foram vistoriados”, recorda a delegada Sílvia Cocaro.
Na ação, a Polícia Civil apreendeu uma pistola 9mm raspada e cerca de 900 quilos de cobre, 200 quilos de cabos de fibra ótica e quatro baterias estacionárias.
Os moradores da Rua 13 de Maio, em Estância Velha, sofrem com o constante furto de cabos de telefone. “Já perdemos a conta de quantas vezes isso ocorreu. A empresa conserta e poucos dias depois já furtam tudo novamente”, afirma a dona de casa Rita Beatriz Brito, 54 anos. Sua filha, Camila, destaca o prejuízo que os ataques provocam. “Na rua há outras famílias, fábricas e até uma escola que sofrem do mesmo problema”, revela Camila.