O sexto protesto contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, realizado na noite de ontem (18), foi marcado por saques a lojas, destruição de agências bancárias e a depredação do edifício Matarazzo, sede da Prefeitura de São Paulo. Tanto os saques quanto a passividade da Polícia Militar durante ações de vândalos diferenciaram o ato dos demais, que ou ocorreram pacificamente, como nessa segunda (17), ou foram fortemente reprimidos pela PM, como na quinta-feira (13).
Demorou cerca de três horas entre o início da ação dos vândalos, perto das 18h30, e a chegada dos primeiros carros da Força Tática ao local, por volta de 21h30, quando lojas já estavam saqueadas e danificadas, e as vidraças laterais e frontais da prefeitura, destruídas.
Segundo o instituto Datafolha, cerca de 50 mil pessoas participaram da sexta manifestação. De acordo com a polícia, ao menos 56 foram presos por saques, no centro, e por atos de vandalismo na região da rua Augusta, para onde parte dos manifestantes se dispersou.
Propriedades das principais operadoras de telefonia foram depredadas e tiveram vidros quebrados, aparelhos roubados e paredes pichadas.
Na Barão de Itapetininga, os estragos mais evidentes foram em uma agência do banco Itaú Personnalité, em um prédio da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) onde fica a diretoria, em uma unidade do McDonalds e em uma loja da operadora Claro, onde todos os aparelhos celulares e os computadores de atendimento ao público foram roubados.
Em nota, a operadora de telefonia móvel Claro informou que foi “vítima da violência durante as manifestações”. Duas lojas da empresa foram danificadas e diversos aparelhos saqueados. A loja da Rua Barão de Itapetininga amanheceu com as portas fechadas nesta quarta-feira (19). A Claro afirmou que a loja terá que passar por reparos antes de voltar às atividades normais.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte – MG também não foi diferente. Uma onda de vandalismo tirou o tom pacífico das manifestações realizadas ao longo de terça-feira em Belo Horizonte. Alguns manifestantes jogaram bombas e tentaram quebrar a porta da prefeitura por volta das 22h. Eles atacaram lojas da TIM, Vivo, Oi e agências do Banco do Brasil, Santander e Itaú.
As três instituições financeiras e uma loja de telefonia que foram destruídas por um grupo de vândalos no final das manifestações, no centro de Belo Horizonte, estão fechadas para reparo e o atendimento ao público está sendo direcionado para outras unidades.
Na loja da Vivo a gerente informou que nem ela, nem os outros funcionários estavam autorizados a conversar com a imprensa.
A Telefônica|Vivo informou, por meio de nota que “já está tomando todas as providências necessárias para que sua loja seja reaberta o mais rapidamente possível”. Os clientes podem procurar as lojas mais próximas que ficam no Shopping Cidade, no Boulevard Shopping e na Praça da Savassi. A Vivo possui ainda outros canais para o contato com os clientes, segundo a nota, como o Call Center pelo *8486, atendimento via SMS e chat na internet pelo site www.vivo.com.br, todos 24h por dia, sete dias por semana.
Ilderaldo Furtado, vendedor autônomo, 43, é morador na região, e para ele não há necessidade para o vandalismo. “Quem faz esse tipo de coisa não está preocupado em melhorar o país. José Geraldo Madureira, 74, é dono de uma banca em frente à loja da Vivo “Se eu ver confusão chegando hoje eu fecho as portas e vou embora”.
O Grupo #Minha, que edita este portal, é politicamente neutro. Por isso, embora este artigo apresente exemplos específicos de distúrbios civis, ele não apoia a ideia de que uma nação é superior a outra nem toma partido em nenhuma questão política.