A julgar por uma pesquisa divulgada pela Secretaria de Aviação Civil, os passageiros estão insatisfeitos com a qualidade das conexões à Internet oferecida nos principais aeroportos do país. Em um estudo nos 15 maiores, o serviço de Wi-Fi disponível só não é pior avaliado que os preços para comer, comprar e estacionar nos aeródromos.
A pesquisa, encomendada pela SAC e realizada pela Praxian Consultoria, ouviu 21,2 mil pessoas, em entrevistas presenciais nas salas de embarque. O trabalho será realizado ao longo de todo o ano nos 15 maiores aeroportos, mas na semana passada foram divulgados os resultados relativos às entrevistas feitas em janeiro, fevereiro e março de 2013.
Ao responderem sobre diversos indicadores (desde o transporte utilizado para chegar ao aeroporto, passando pelas instalações e os serviços, bem como tempo de filas e a qualidade de atendimento no check-in e a integridade da bagagem) os passageiros foram instados a dar notas de 1 a 5 para cada um dos 41 itens da pesquisa.
Nesse universo, o item Internet/Wi-Fi ficou com nota de 3,05 considerando-se o resultado médio de todos os aeroportos pesquisados. Com isso, apenas nas respostas sobre os valores cobrados em alimentação (2,25), lojas (2,45) e estacionamento (2,87) as notas foram inferiores.
“Nem todos os casos são iguais. Há aeroportos no país onde as conexões à Internet são oferecidas pela Infraero e não pelas operadoras”, explicou o presidente da Vivo, Antonio Carlos Valente, ao ser confrontado com o resultado da pesquisa. Seus colegas da TIM e da Claro esquivaram-se de forma semelhante quando indagados por este noticiário.
De fato, ao avaliar 15 aeroportos na pesquisa de satisfação dos passageiros, a medição acabou pegando tanto aqueles onde a Infraero disponibiliza acesso gratuito (fornecido pela NET, TIM e Linktel, que venceram licitação ainda em 2011) como aqueles aeródromos onde há Wi-Fi oferecido diretamente pelas operadoras de telecomunicações a seus clientes.
Mesmo assim, tanto a nota geral como as avaliações de cada um dos aeroportos teve desempenho inferior à média (3,8) dos 41 indicadores pesquisados. Na prática, os passageiros avaliaram que o acesso à Internet fica muito atrás de itens como o tempo de restituição de bagagens e longe do tempo de fila de check-in, por exemplo.
Nos casos específicos, a menor nota ficou com o aeroporto Gilberto Freire, no Recife, que ganhou 2. A maior, 3,8, foi para o aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza. Entre os maiores do país, Guarulhos tirou 2,8, Congonhas 3,3 e Brasília, 3,5. O Galeão, no Rio de Janeiro, ficou com a segunda pior nota: 2,4.
Veja os resultados sobre Wi-Fi para os 15 aeroportos pesquisados:
Aeroporto / Nota*
Fortaleza 3,8
Manaus 3,6
Curitiba 3,5
Brasília 3,5
Congonhas (SP) 3,3
Salvador 3,2
Campinas 3
Santos Dumont (RJ) 3
Cuiabá 3
Guarulhos (SP) 2,8
Confins (BH) 2,7
Natal 2,7
Porto Alegre 2,6
Galeão (RJ) 2,4
Recife 2