Após a desistência da oferta de fusão com a operadora de DTH Dish, a Sprint anunciou em comunicado que estabeleceu um acordo para aumentar 14% do valor da oferta de aquisição da Clearwire em relação ao que a Dish havia oferecido (US$ 4,40). A intenção, além de agregar ao capital, é assegurar as licenças da frequência de 2,5 GHz no mercado norte-americano para passar a oferecer serviços LTE nesse espectro.
A proposta da Sprint é adquirir aproximadamente 50% do capital que ainda não possui da Clearwire por US$ 5 por ação, somando um total de US$ 15 bilhões, ou cerca de US$ 0,30 por MHz-pop (medida do número de pessoas cobertas por cada megahertz do espectro). Segundo a operadora, isso significa uma quantia 47% acima do valor por ação anunciado no dia 21 de maio (US$ 3,40) e 285% acima do valor no dia 10 de outubro do ano passado, quando as discussões Sprint-SoftBank foram confirmadas no mercado (a especulação era de que a Clearwire seria parte da transação).
Com essa aquisição, a Sprint pretende melhorar sua posição no mercado de telefonia móvel dos Estados Unidos, apostando nas outorgas da Clearwire na faixa de 2,5 GHz (mesmo padrão do LTE brasileiro). Segundo a declaração ao mercado, a arquitetura da empresa “deverá permitir um alinhamento estratégico melhor e completa utilização e integração dos ativos complementares do espectro de 2,5 GHz da Clearwire, enquanto consegue eficiências operacionais e melhora serviços para consumidores com a migração do espectro e da rede para os padrões 4G LTE”. Os EUA contam com faixas como 2,3 GHz (WCS), AWS e, principalmente, a banda de 700 MHz para serviços de telefonia de quarta geração.
A Sprint garante que já obteve apoio de um grupo de acionistas da Clearwire que, somados, detêm 9% de ações votantes da empresa. “Estes acionistas também concordaram em vender os papéis à Sprint caso a transação (principal) não se concretize”, afirma o comunicado ao mercado. A operadora já contava com o apoio de outros membros votantes que participam da estrutura social da empresa, como Comcast, Intel e Bright House, que juntos contam com 13% do capital da Clearwire. Diretores e executivos dessa empresa, com aproximadamente 45% de share votante, também concordaram em apoiar a transação. “A Sprint espera que a maioria de acionistas não-Sprint apoiem a fusão com a Clearwire baseada nesses acordos e nos votos dos acionistas de ambas as empresas que já haviam votado em favor da transação com a SoftBank”.
Entretanto, as condições do contrato deixam claro que a Clearwire teria de pagar uma taxa no valor de US$ 115 milhões, ou 3% do valor de equity da parcela minoritária, caso aconteça o encerramento da fusão entre as duas companhias. Se a transação não for completada, a Clearwire precisará estabelecer uma reunião o quanto antes. Além disso, se não ocorrer a transação em “certas circunstâncias”, a Clearwire precisará renunciar a posição de bloqueio no acordo de acionistas entre ela, a Sprint e investidores estratégicos. Esse posicionamento deveria expirar no dia 28 de novembro de 2013.