A Telefónica S.A., segunda maior companhia de telefonia da América Latina, está contando com a demanda por smartphones para anular o efeito do crescimento econômico mais lento no Brasil, seu maior mercado, disse o principal executivo da região.
“O mercado depende moderadamente da economia”, disse Santiago Fernandez Valbuena, presidente da Telefónica América Latina, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo. “A migração para dados está acontecendo muito rápido, de um modo muito amplo, e nós acreditamos que este é o futuro.”
A concorrência por usuários de celulares está crescendo no País, com os consumidores deixando de usar linhas fixas, o que força as companhias a investirem em serviços como internet de banda larga para atrair clientes.
Em seu país sede, a Espanha, que tem uma taxa de desemprego de 27%, a Telefónica está perdendo clientes de linhas móveis e o valor das contas está caindo. Essa situação coloca mais pressão sobre a unidade brasileira a sustentar o crescimento.
O Brasil se tornou neste ano o maior mercado individual da Telefónica, que tem sede em Madri e é a controladora da Telefônica Brasil S.A., com sede em São Paulo. A América Latina representou 51% da receita de 14,1 bilhões de euros da Telefónica no primeiro trimestre, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Apenas 16% dos usuários de telefonia móvel no Brasil têm smartphones, disse Fernandez Valbuena. A taxa é de 50 por cento na Europa, mostrando que o País tem amplo espaço para crescer, disse ele.
“Não é um mercado estagnado como na Europa, onde você sobe e desce com o fluxo e a economia”, disse Fernandez Valbuena. “Aqui, você ainda tem como aumentar a taxa de penetração.”