Um pouco depois das 17h da última quarta-feira (19), quando o jogo entre Brasil e México, realizado em Fortaleza, já estava no segundo tempo, o namorado do administrador de empresas Rafael Guimarães, 28, tentou encontrá-lo na Arena Castelão enviando uma mensagem de celular, no entanto, conforme informou, o SMS só chegou em seu aparelho por volta das 20 horas, quando já estava em casa.
“Além disso, as chamadas dificilmente funcionavam. Um amigo meu se perdeu da namorada e não conseguiu ligar para o telefone dela, que só dava fora de área. E a internet estava muito instável, ia e voltava”, conta o torcedor, que é cliente da TIM. O amigo é usuário da Oi.
Mesmo com todas as dificuldades, ele avaliou que durante a partida, os serviços de telefonia móvel estavam “um pouco melhor” do que na noite do show de Paul MacCartney, no último dia 9 de maio, também na Arena Castelão, quando os presentes ficaram praticamente sem comunicação via celular.
Outras dezenas de pessoas reclamaram do serviço através das redes sociais. “Nem sinal de emergência pegava. Tenho chips da Oi, da TIM, da Claro e da Vivo e não pegou nenhuma”, disse Camila Andrade. “Não só no Castelão, como também fora dele”, afirmou Alexsandra Freitas. “Já abri um chamado na operadora Oi para saber o porquê. Eles me disseram que, num prazo de 48 horas, eles resolveriam com o setor técnico”, declarou o internauta Alex Nascimento.
Havia uma expectativa de que os torcedores não enfrentassem muitas dificuldades para fazer ligações ou se conectar à internet, já que, nos últimos dois meses, novas antenas de transmissão foram instaladas na Arena Castelão para atender às demandas daqueles que estivessem no local. São 160 novos equipamentos, resultado de uma parceria entre as principais operadoras do País (TIM, Oi, Claro, Vivo e Nextel), porém, apenas 77% estão prontas para funcionar.
“Em alguns pontos dos estádios poderá haver alguma dificuldade para o usuário, em determinados momentos, se muitas pessoas ligarem ao mesmo tempo. Mas o que está instalado é capaz de atender à demanda”, afirmou, há uma semana, Eduardo Levy, diretor executivo do Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel). Segundo o órgão, restante deverá ser concluído uma ou duas semanas após a Copa das Confederações. O sindicato se defende lembrando que, em Fortaleza, só houve 64 dias para realizar as obras, quando o necessário seria pelo menos 120 dias.
Em nota, a Claro reforçou sua cobertura na iminência de grandes eventos, com o objetivo de evitar congestionamento. A OI preferiu não se manifestar. Quanto à TIM, várias ligações foram feitas para a assessoria de comunicação da empresa, mas não nenhuma foi atendida.