Durante a Copa das Confederações, os torcedores que foram aos 16 jogos realizaram 1,7 milhão de ligações telefônicas, segundo informações do SindiTelebrasil (sindicato das empresas de telefonia do Brasil).
Com público total de 761 mil torcedores, a competição teve média de 2,23 ligações por pessoa. O evento marcou o primeiro teste para a recém-implantada banda larga de quarta geração (4G), que entrou em operação no país no dia 30 de abril. Do total, 14% do tráfego de dados utilizou a tecnologia, totalizando 650 mil envios.
De acordo com o SindiTelebrasil, foram feitas mais de 4,6 milhões de comunicações de dados. Entre e-mails, fotos e mensagens multimídia enviadas, o tamanho médio chegou a 0,5 MB (megabyte).
Na final, em que o Brasil derrotou a Espanha por 3 a 0, foram completadas 162 mil ligações. Segundo a entidade, às 17h e às 18h houve pico de chamadas. A capacidade estimada pelas operadoras para ligações no Maracanã é de 46,9 mil chamadas por hora.
Durante a partida, o tráfego ficou concentrado no 3G. Entre 17h e 21h de domingo (30), foram feitas 495 mil comunicações pela internet, das quais 88 mil já utilizaram o 4G. A infraestrutura do estádio comporta até 14 mil envios simultâneos pelo 3G e 9,8 mil, pelo 4G.
Depois terem implantado a tecnologia em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador, o próximo passo das operadoras é levar o acesso 4G para as outras seis cidades que também sediarão a Copa do Mundo (Cuiabá, Curitiba, São Paulo, Porto Alegre, Manaus e Natal).
Para dar conta da demanda, as empresas de telecomunicações Claro, Nextel, Oi, Tim e Vivo recorreram à tecnologia chamada de DAS (Distributed Antenna System). A tecnologia, que estreou nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, consiste na instalação de antenas pequenas por todo o estádio que são conectadas a cabos de fibra ótica e enviam as ligações e as comunicações de internet a uma sala interna. Neste ambiente de controle, um equipamento principal da tecnologia DAS recebe todo o tráfego de voz e dados das antenas e distribui as informações às redes das operadoras.
Com investimento total de R$ 110 milhões, o projeto de rede interna móvel implantou 767 antenas nos seis estádios da Copa das Confederações. No entanto, o atraso para a entrega das arenas afetou o andamento dos trabalhos, segundo o SindiTelebrasil. Entre os imprevistos enfrentados estão a falta de energia elétrica e salas alagadas.
“Pedimos 120 dias para fazer os testes e ajustes nas antenas. No Maracanã tivemos somente 47 dias. Esse tempo foi apertado. Fazer em 47 dias a instalação de centenas de antenas não nos permite ter um ajuste fino, que precisa ser feito com antecedência. Fomos melhorando o serviço no decorrer do evento”, afirma Eduardo Levy, diretor executivo do SindiTelebrasil.
Em Brasília, sede que ofereceu maior prazo, as teles tiveram 69 dias para testes e ajustes. Tanto é que no começo de junho, a capital federal já tinha 85% do projeto concluído. No mesmo período, a Arena Pernambuco, em Recife, tinha apenas 57%.